Desde que se mudou para o novo recinto, o Shakhtar sofreu sempre. E não vence há sete partidas.
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A atravessar um momento complicado, o Benfica começa esta quinta-feira a jogar as aspirações na Liga Europa em Kharkiv, casa emprestada do Shakhtar Donetsk. E olhando ao desempenho do campeão ucraniano neste recinto os comandados de Bruno Lage têm motivos para confiar num resultado que mantenha intactas as aspirações em seguir para os "oitavos" da prova.
Isto porque desde que se mudou para Kharkiv, em fevereiro de 2017, o Shakhtar sofreu sempre golos nos jogos disputados em casa para as competições europeias. A série, iniciada com o desaire por 2-0 frente ao Celta, nos 16 avos da Liga Europa, vai já em 12 partidas - sendo que na última época o adversário das águias, então comandado ainda por Paulo Fonseca, realizou, contudo, dois jogos em Donetsk, para a Champions - , com a formação ucraniana a somar quatro derrotas, quatro empates e quatro vitórias neste período.
O registo recente do Shakhtar em casa é até claramente negativo, uma vez que não vence há sete partidas consecutivas. O último triunfo aconteceu, sob a orientação de Paulo Fonseca, frente à Roma, por 2-1, há dois anos, nos "oitavos" da Champions. Desde então, o opositor das águias nos 16 avos de final da Liga Europa registou três derrotas e quatro empates. E em 2019/20, o conjunto de Luís Castro contabiliza dois desaires e um empate, com dois golos marcados e oito sofridos.
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À procura de um resultado positivo na Ucrânia, Bruno Lage conta ainda com um passado, ainda que curto, vencedor sobre Luís Castro. Os dois treinadores enfrentaram-se na época passada, no início do percurso de Lage como técnico principal do Benfica, tendo as águias vencido os dois jogos, realizados de forma consecutiva, fora com o V. Guimarães, ambos por 1-0.
Conflito separatista levou à saída de Donetsk
Outrora casa do Metalist, que colapsou devido a questões financeiras, Kharkiv passou a ser o local onde o Shakhtar joga desde fevereiro 2017. Sediado em Donetsk, o crónico campeão ucraniano foi forçado a abandonar o local em 2014 e o Donbass Arena, recinto do Shakhtar, foi mesmo bombardeado na altura do conflito com separatistas pró-russos, num cenário bélico e de tensão que resultou na anexação da Crimeia. Depois da passagem por Lviv, Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia e a 300 quilómetros de Donetsk, estabeleceu-se como quartel do Shakhtar a partir de 2017. Atualmente, o estádio é igualmente utilizado pelo Metalist 1925, emblema sétimo classificado da segunda liga local e que dá os primeiros passos no mundo do futebol, pois foi apenas fundado em 2016, na sequência do fim do Metalist.
Situado no nordeste da Ucrânia, o recinto onde o Benfica vai jogar esta quinta-feira tem capacidade para 40 mil espectadores e foi palco do Euro"2012 e Portugal até jogou neste estádio. Frente à Holanda, a Seleção Nacional venceu por 2-1, com bis de Cristiano Ronaldo, na fase de grupos.