À frente de Samaris nas opções do treinador encarnado, o médio baixou a concentração, vendo o colega ser elogiado por Rui Vitória e apontado como uma referência a seguir pela aplicação e atitude
Corpo do artigo
Herói encarnado, ao fazer o golo que valeu os três pontos e também a conquista de 2,7 milhões de euros, prémio por vitória na Liga dos Campeões, Alfa Semedo respondeu em campo aos pedidos de Rui Vitória, de quem, curiosamente, já teve, segundo apurou O JOGO, de ouvir das boas esta temporada.
De regresso em 2018/19 ao Benfica, após apenas uma época no Moreirense - os cónegos encaixaram dois milhões de euros com a venda dos 50 por cento do passe que detinham, recebendo ainda Chiquinho e o empréstimo de Heriberto -, Alfa Semedo encostou Samaris, assumindo-se como a principal alternativa a Fejsa. Porém, depois de um início de temporada dentro das expectativas de Rui Vitória, o médio acabou por evidenciar algum deslumbramento, facilitando no que diz respeito à aplicação e entrega nos treinos. Por isso, de acordo com informações recolhidas pelo nosso jornal, o técnico teve mesmo de apertar com o futebolista de 21 anos, chamando-o à razão com o exemplo do internacional grego.
Primeiro guineense a marcar na Liga dos Campeões, o camisola 16 valeu ao Benfica os três pontos e 2,7 milhões de euros, prémio pela vitória
Rui Vitória, que confia bastante nas potencialidades do médio, o primeiro guineense a marcar na Liga dos Campeões e a quem prevê uma carreira de sucesso, razão pela qual fez força para a sua contratação, chegou a frisar que Samaris era uma referência pela forma como trabalhava mesmo sem estar inscrito na Champions e tapado como nunca nas suas opções, acabando mesmo por premiar o camisola 22 e castigar Alfa Semedo ao deixá-lo na bancada nas últimas duas partidas, com Aves e Chaves, ao passo que Samaris ficou no banco.
Desta feita, e face à indisponibilidade de Samaris na prova milionária, Alfa Semedo voltou a merecer a confiança, respondendo à altura do desafio lançado pelo técnico e mostrando, em Atenas, uma qualidade que Manuel Machado, que o orientou no Moreirense, bem conhece. "O Alfa é excelente. Trabalhei com ele em Moreira de Cónegos e evoluiu muito. É muito interessante", começa por dizer o técnico, realçando: "Não se limita a ser posicional, um seis que apenas equilibra. Gosta de sair da posição, de levar a bola. Às vezes tínhamos de pedir para que se contivesse nesse aspeto, mas tal como o Gedson, ganha metros facilmente."
"É um projeto a médio prazo. A frequência da competição é muito importante. Tem de jogar de forma constante. No Benfica, beneficiará de condições de trabalho melhores e de jogadores mais evoluídos, o problema é se não competir", ressalva Manuel Machado, lembrando o comprometimento que o jogador mostrava então no Moreirense: "É um miúdo muito humilde, de fácil trato e fácil de ensinar, muito competitivo até nos treinos, e esperemos que vá tendo oportunidades."