Wendell, lateral-esquerdo do Bayer Leverkusen, foi colega do portista no Grémio e confessa-se admirador. Também jogou com Otávio e conhece muito bem o FC Porto, que defronta amanhã
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Foi de forma muito simples que Wendell acedeu ao convite de O JOGO para uma entrevista a lançar o Bayer-FC Porto de amanhã. Há dois brasileiros no plantel (Paulinho, de 19 anos, é o outro), mas o esquerdino é quem mais joga. Conhece muito bem o futebol português, admite um dia jogar por cá e não hesitou em qualquer resposta, muito menos sobre o clássico entre FC Porto e Benfica, a que assistiu com atenção. O JOGO falou com ele logo a seguir.
Viu o clássico entre FC Porto e Benfica?
Sim. Vi que o Alex Telles fez um golo e o Otávio o cruzamento para outro golo.
Falou imediatamente de dois compatriotas. Não reparou em mais nada no FC Porto além de Alex e Otávio?
[risos] Reparei, claro. Falei dos dois porque os conheço, sou amigo deles. Especialmente o Alex Telles, conheço bem; joguei com ele no Grémio em 2013 e tenho uma admiração muito grande pela pessoa que é e pelo futebol que joga. Quanto ao Otávio, chegamos juntos à seleção pré-olímpica, em 2015 - fizemos um estágio no Catar. Eu estava no Grémio, ele no Internacional. Éramos rivais nos clubes, fomos colegas na seleção.
Portanto, o Leverkusen-FC Porto será também um confronto entre dois laterais-esquerdos brasileiros e que se conhecem bem...
Eu não sei se vou jogar. Tenho alternado nos últimos tempo [n.d.r.: foi titular na última jornada], mas o Alex tem mantido a qualidade, tem feito grande anos no Porto, grandes campeonatos. Marca muitos golos, assiste... Vão ser dois grandes jogos. Que vença o melhor.
"O FC Porto venceu o Benfica recentemente, o Bayer bateu o Dortmund: isso diz muito sobre a qualidade das duas equipas"
Vamos regressar a 2013. Como foi essa convivência com Alex Telles?
Chegámos juntos ao Grémio. Vínhamos de duas equipas que disputavam a III divisão. Ele fez um ano espetacular e eu não tive oportunidade de jogar. Mas respeitei. Sou um admirador. Fiquei feliz quando chegou à seleção, torço muito por ele. Espero um dia voltar a disputar o lugar com ele, mas na seleção do Brasil. Qualidade nós temos.
O Alex sempre foi de marcar muitos golos?
Sempre! De bola corrida, de livres... penáltis eram outros a bater. E dava muitas assistências, bate muito bem na bola. Sobressai na bola parada, no cruzamento. É completo. Marca bem na defesa e ataca muito bem também.
"Joguei com Otávio na Seleção. Ele evoluiu muito e adaptou-se a várias posições. Está a fazer um grande trabalho"
A cláusula de rescisão que o liga ao FC Porto é de 40 milhões de euros...
Eu pagaria tranquilamente 40 milhões...
Acha um preço justo?
Pela temporada que está a fazer, acho barato...Algum outro lateral faz nove golos e tantas assistências [leva oito esta temporada]? Para lateral-esquerdo, é barato.
Agora Otávio. Como era este jogador e que diferenças encontra agora?
Quando saímos do Brasil, queremos jogar na nossa posição, mas chegamos à Europa e os treinadores têm a capacidade de nos fazer evoluir e jogar noutras posições. O Otávio é um desses casos. Evoluiu muito e adaptou-se a várias posições. Está a fazer um grande trabalho e a mostrar que os brasileiros podem fazer a diferença na Europa. Na altura jogava mais na frente, agora joga mais por dentro, no meio-campo. Torço por ele.
Gosto muito do jeito do Marega: é muito ativo na frente, um jogador com muita velocidade. Também aprecio o Corona, mais pela técnica
"O mais perigoso do FC Porto? Gosto de Marega e Corona"
À pergunta "Quem é o jogador mais perigoso do FC Porto?", Wendell começou por responder Marega. Mas depois acrescentou Corona. E explicou. "Gosto muito do jeito do Marega: é muito ativo na frente, um jogador com muita velocidade. Também aprecio o Corona, mais pela técnica", disse. Além destes, também apontou ao nome de Soares. "Tenho reparado no Tiquinho. É forte fisicamente e faz golos, que é o que pedem a um avançado. Foi contratado para isso. É "troncudo", luta muito. Gosto de jogadores assim", elogia.