
SAD do Boavista foi alvo de buscas
Fábio Poço / Global Imagens
Comunicado da PJ fala em suspeitas de "crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento".
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A Polícia Judiciária (PJ) emitiu esta quarta-feira um comunicado sobre a operação policial levada a cabo durante a manhã, para cumprimento de "mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, pela presumível prática de crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento".
A PJ refere que foram levadas a cabo dez buscas domiciliárias e três buscas não domiciliárias, entre as quais duas sociedades anónimas desportivas (SAD), sendo que uma delas é a do Boavista. A identidade da outra SAD ainda não é conhecida.
"De acordo com o apurado até ao momento pela investigação, em causa estará a não entrega da prestação tributária devida, e a sua subsequente ocultação através do desenvolvimento de atividade empresarial relacionada com a realização e gestão de eventos desportivos. Os suspeitos envolvidos serviam-se de diferentes ferramentas, entre os quais a utilização de faturação falsa emitida por empresas nacionais e estrangeiras e a ocultação de proveitos", acrescenta o comunicado da PJ, que identificou "uma vantagem patrimonial de milhões de euros".
Leia o comunicado da Polícia Judiciária na íntegra:
"A Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, em colaboração com a Inspeção Tributária da Direção de Finanças do Porto, no âmbito de inquérito titulado pelo Ministério Público - DIAP Porto 12.ª Secção, realizou uma operação policial para cumprimento de mandados de buscas domiciliárias e não domiciliárias, pela presumível prática de crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento.
Foram levadas a cabo dez buscas domiciliárias e três buscas não domiciliárias (que incluíram dois escritórios de advogados, duas sociedades anónimas desportivas e dois cofres bancários), realizadas nos Concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Guimarães e Aveiro.
De acordo com o apurado até ao momento pela investigação, em causa estará a não entrega da prestação tributária devida, e a sua subsequente ocultação através do desenvolvimento de atividade empresarial relacionada com a realização e gestão de eventos desportivos.
Os suspeitos envolvidos serviam-se de diferentes ferramentas, entre os quais a utilização de faturação falsa emitida por empresas nacionais e estrangeiras e a ocultação de proveitos.
Para o branqueamento foram usados mecanismos como a aquisição de bens móveis e imóveis por sociedades exclusivamente constituídas para o efeito, assim como o investimento em organizações desportivas, com conluio de agentes desportivos.
Para concretizarem as atividades ilícitas referidas os suspeitos recorreram a aconselhamento jurídico e técnico especializado.
Até à presente data foi identificada uma vantagem patrimonial de milhões de euros.
A operação policial envolveu cerca de 80 elementos, incluindo a participação de Magistrados Judiciais e do Ministério Público e dele resultou a apreensão de documentação diversa relacionada com os factos em investigação."
