
Nuno Silva
Clube Desportivo Trofense
Vitória do Trofense sobre o Fafe (2-1) deu ascensão à liderança da Série A, mas Nuno Silva avisa que é cedo para pensar na subida. O guarda-redes, de 28 anos, está no clube há três temporadas consecutivas e gostava de ajudar a equipa a ficar pela primeira vez nos quatro primeiros. No primeiro ano da Liga 3, subiu com a Oliveirense.
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Dois meses depois, o Trofense voltou a vencer na Liga 3, em casa do Fafe (2-1), e aproveitou as escorregadelas de V. Guimarães B e Varzim para subir à liderança da Série A. Contudo, o capitão Nuno Silva assume que a diferença pontual para os adversários não permite relaxamentos e será necessário encarar com seriedade as cinco finais que restam.
Dois meses depois, o Trofense voltou a vencer e subiu à liderança da Série A da Liga 3. Que significado teve este triunfo?
-Sabíamos que ia ser um jogo muito difícil. O Fafe só tinha perdido uma vez nos últimos 11 jogos, é uma equipa coletiva e individualmente muito forte, muito motivada. É um campo difícil. O trabalho durante a semana foi com o intuito de tentar anular isso. Felizmente, conseguimos os três pontos num jogo sofrido, com muitas disputas e duelos. Foi um jogo de luta, muito sacrifício, espírito de equipa, de família e a vitória sorriu para nós com todo o mérito.
Qual foi a chave para derrotarem este adversário?
-Foi a capacidade de a equipa saber unir-se e sacrificar-se nos momentos difíceis. Tivemos colegas com cãibras, que deram tudo dentro de campo e houve uma união muito grande. Depois da nossa expulsão, foi a fase em que tivemos mais dificuldades, mas o espírito de equipa, de entreajuda e a palavra família, que reina no nosso balneário, veio ao de cima e, com a solidez que mostrámos defensivamente, conseguimos a vitória.
Apesar de o Trofense não ganhar há algum tempo, só tinha perdido uma vez nos últimos sete jogos. Esta época a equipa está melhor?
-Acredito que temos um coletivo muito forte e individualidades que se destacam, mas quero salientar o coletivo. Temos um grupo muito forte, muito unido, que acredita nas ideias, nos planos de jogo, nas formas de trabalhar. É um grupo de trabalho jovem, que nos traz muita vontade, muita crença e disponibilidade. A nossa união permite-nos nos momentos mais difíceis sermos superiores, porque esta capacidade que o grupo de trabalho tem de dar as mãos vem ao de cima. Muitas vezes é o segredo para conseguirmos bons resultados.
Desde que foi criada a Liga 3, o clube nunca disputou a fase de subida. O facto de estarem em primeiro abre boas perspetivas para esse objetivo?
-Não podemos negar que estar em primeiro lugar dá-nos boas perspetivas, mas ainda não ganhámos nada, não garantimos nada, temos um longo caminho pela frente. Faltam cinco jogos muito complicados, que vão ser cinco finais, pois as equipas estão muito próximas. Vamos pensar jogo a jogo, começar a trabalhar o próximo, contra o Varzim, para os tentar anular. Não queremos dar um passo maior do que a perna.
Está no Trofense há três temporadas consecutivas, já se sente prata da casa?
-Estou há três anos no Trofense e já tinha estado mais dois anteriormente. Sinto-me em casa, bem acolhido, gosto das pessoas do clube e da cidade. Sinto-me confortável, o que ajuda as coisas a correrem bem em campo. Sou dos que tenho mais anos de casa porque o Tiago André saiu, mas o Saldanha, o Nuno Valente, que agora passou para diretor, o Welisson, o André Rosa e o Vasco Paciência também já estão cá há três anos.
Por que motivos decidiu regressar ao clube quando saiu da Oliveirense?
-Fui abordado pelo treinador do Trofense na altura, o Rui Sacramento. Desde que saí do clube, falava com família ou amigos próximos que gostaria de representar novamente o Trofense, um clube que me apoiou numa das fases mais complicadas da minha vida e esse carinho e cuidado que sempre tiveram fez-me ter vontade de voltar. Este é um clube com muita história e decidi aceitar de braços abertos, com toda a vontade de ajudar o máximo possível.
Que papel tem tido como capitão?
-Com a passagem do Nuno Valente para diretor, subi a primeiro capitão, mas aqui não há hierarquias, acabamos por ser todos capitães. O meu papel passa por tentar motivar toda a gente, manter o grupo unido, ter um balneário muito bom e, nos momentos mais difíceis, tentar puxar a malta para cima, tentar motivá-los e ajudá-los da melhor maneira possível.
Quais os pontos fortes como guarda-redes e quem mais aprecia?
-Não gosto de falar muito dos meus pontos fortes, mas um deles é a consistência. Não sou muito espalhafatoso e acho que isso joga a meu favor. O Ter Stegen sempre foi uma referência muito grande, pelo estilo. Aprecio também muito o Neuer e o Sommer.
Subida à II Liga pela Oliveirense e experiência agridoce no Chipre
Natural de Braga, Nuno Silva viveu na Oliveirense uma das melhores experiências da carreira, precisamente no primeiro ano da Liga 3, que terminou com a subida do emblema de Oliveira de Azeméis à II Liga.
"Foi um ano marcante, não só pela subida, mas também pelo grupo forte que criámos", contou o guarda-redes, que fez formação no Braga, onde também conquistou o campeonato nacional de juniores (2013/14), tendo mais tarde feito a estreia na II Liga pelo Mafra.
"Tinha vindo de uma boa época no Gafanha e vou para o Mafra, onde me estreio na II Liga, e depois surge a primeira e única aventura no estrangeiro", explicou, acrescentando: "Fui para a II Liga do Chipre [Onisilos], estava a lutar pela subida e a jogar numa equipa que tinha mais sete portugueses, mas infelizmente surgiu a Covid-19 e o campeonato foi interrompido".
