"Ainda não encontrei a solução para que os jogadores estejam sempre hiper motivados"
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, faz a antevisão ao jogo da sexta e última jornada da Liga dos Campeões, em que os dragões recebem o Atlético de Madrid, a partir das 17h45 de terça-feira.
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O que está a falhar na mensagem para que a equipa mantenha o foco no campeonato como acontece na Liga dos Campeões?
"Aquilo que queremos é que os jogadores tenham motivação sempre no máximo. Todos os treinos são importantes para a evolução deles e da equipa. Não é fácil sair de um jogo de Liga dos Campeões decisivo e depois fazer uma viagem. Com o Santa Clara fiz apenas uma mudança obrigatória pelo castigo do Eustáquio, entrando o Bruno Costa na equipa, mas não fomos a equipa que esperava que fôssemos nos Açores. Preferi pegar no bom que fizemos nos últimos tempos [utilizar uma equipa idêntica]. Já fiz o contrário e não deu resultado. O Rúben [Amorim] fez algumas mudanças na equipa e perdeu pontos, enquanto nós fizemos mudanças e perdemos pontos. Temos de encontrar um equilíbrio e eu espero ter essa varinha mágica para que os jogadores estejam tão motivados numa final da Liga dos Campeões como num jogo da Taça de Portugal contra uma equipa da III Divisão. É esse o meu trabalho, mas ainda não encontrei o antídoto para que os jogadores estejam sempre hiper motivados em todos os momentos quando entram neste clube. Os jogadores sabem que não facilito absolutamente nada. Acabo por sofrer dessa exigência. Uma ou outra reação acaba por aparecer. Em casa, contra os meus filhos, tenho a exigência máxima para ganhar. Temos sido sempre competitivos, mas não encontrei a solução ainda."
Este é o jogo ideal para recuperar dessa desconcentração com o Santa Clara?
"Este é o próximo jogo. O Santa Clara já passou. Temos de apresentar o mínimo e a base da equipa: a humildade, a capacidade de trabalho, intensidade e agressividade. Se não formos iguais a nós próprios, fica difícil. Depois da vitória do Sporting, fizemos uma má primeira parte em Vila do Conde e vimos o que aconteceu. Depois de um jogo fantástico em Brugge, viu-se o que aconteceu com o Santa Clara. Falamos de sete pontos que não devíamos ter perdido contra Rio Ave, Estoril e Santa Clara. Percebemos o que está errado. É uma luta que tenho. Queria ter a capacidade de motivar os jogadores e que o grupo estivesse sempre no máximo. Ainda não encontrei, mas não perco a esperança. Continuo a tentar e a procurar evoluir. Mas sempre fortes. Aquilo que disse contra o Benfica mantenho."