Samuel, o reguila que nunca quebra. Saiba a história toda do médio-defensivo que agrada ao portista Danilo, contada por Afonso Sousa, amigo de infância
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Samuel Costa é um dos jovens promissores do Braga e tem no portista Danilo um admirador. Na entrevista publicada na edição de hoje de O JOGO (ver páginas 2, 3 e 4), o capitão do FC Porto diz acreditar que o médio-defensivo dos arsenalistas é um jogador de eleição. Motivo mais do que suficiente para tentar saber quem é este jovem de apenas 19 anos e que fez a estreia na I Liga na época passada, na última jornada, precisamente contra os dragões.
Natural de Aveiro, Samuel Costa era vizinho de Afonso Sousa e estudavam na mesma turma. Os dois começaram a jogar juntos no Beira-Mar, separaram-se, mas a amizade manteve-se
Para falar de Samuel Costa ninguém melhor do que Afonso Sousa, jogador do FC Porto e vencedor da Youth League. "Já nos conhecemos desde os cinco ou seis anos, porque éramos vizinhos em Aveiro. As nossas casas estavam uma em frente à outra. Além disso, jogávamos juntos no Beira-Mar e éramos da mesma turma na escola", conta a O JOGO o jovem que é filho de Ricardo Sousa e neto de António Sousa.
Traquinas por natureza, os dois não paravam. "Só fazíamos asneiras. Quando estávamos no Beira-Mar, éramos sempre os últimos a sair do balneário e éramos nós que animávamos o pessoal. Além de sermos muito ligados um ao outro, havia uma grande cumplicidade entre os dois. Quando eu começava uma frase, ele acabava-a, porque já sabia o que eu ia dizer. Além disso, tínhamos uma ligação forte dentro do campo", conta o avançado do FC Porto.
Afonso admite que Samuel "era bom aluno e era aplicado", mas rapidamente corrige. "Melhor do que eu era de certeza", conta, às gargalhadas, revelando mais uns traços da personalidade do amigo. "Além da porcaria que fazia, depois conseguia abstrair-se na escola, ao contrário de mim. Não era um aluno de excelência, mas safava-se, bem melhor do que eu", reconhece.
"Não havia uma semaninha que não fôssemos expulsos da sala"
Reguilas por natureza, os dois atormentavam os professores. "Se éramos muitas vezes expulsos da sala? Porra, Nossa Senhora. Não havia uma semaninha que não fôssemos expulsos da sala. No último ano em que estivemos juntos, ele era lixado. Tinha um feitio complicado. Aliás, o feitio que tem em campo é o mesmo que tem fora do campo. Chocava um bocadinho com os professores, mas depois conseguia tirar boas notas. Eu não", recorda.
A ligação estendia-se ao campo. Dos seis aos nove anos, os dois jogaram juntos três anos no Beira-Mar, mas depois Afonso foi para o FC Porto, enquanto Samuel mudou-se para o Gafanha e para Palmeiras FC, isto antes de chegar para os Juniores B do Braga, em 2016. "Ele sempre foi muito bom jogador. Já nessa altura ele jogava atrás e eu mais à frente. No futebol de 7 jogávamos em 2x3x1 e eu jogava mais adiantado. No futebol de 11 começou por jogar mais à frente, como 8, mas nos últimos três/quatro anos fixou-se como 6. É a posição dele", garante quem o conhece como ninguém.
Afonso Sousa garante que Samuel Costa é um jogador à imagem do Braga, guerreiro, com capacidade para destruir, mas ao mesmo tempo com capacidade de construção
Afinal, tal como Danilo, Afonso Sousa também é um admirador das qualidades de Samuel Costa. "É um jogador que nunca desiste, que qualquer equipa precisa. Eu gosto de ter a meu lado companheiros que toquem a bola, mas também e preciso um jogador como ele: ou passa a bola ou passa o homem, os dois não passam. Mas a construir tem uma capacidade vertical de jogo, sabe tocar a bola e depois vira o flanco. Hoje em dia, o Braga precisa de um jogador como ele, que destrói facilmente o jogo, porque ele é um destruidor, mas depois tem a capacidade e inteligência para construir. Está onde está por mérito e ainda vai conquistar muito mais na carreira. É um jogador resistente, que nunca desiste. É um jogador à Braga", destaca Afonso Sousa.