"Adeptos sentem que, daqui a uns anos, poderão ver o Belenenses no patamar que merece"
Passagem à fase de subida era a meta, conta Duarte Valente. Agora, todos os jogos serão finais. O médio está a fazer a melhor temporada da carreira, com três golos marcados e duas assistências. Elogia a qualidade do plantel belenense e recorda a grave lesão que sofreu aos 18 anos.
Corpo do artigo
O Belenenses garantiu o apuramento para a fase de subida à Liga SABSEG na penúltima jornada da etapa regular da Liga 3 e está às portas do regresso aos campeonatos profissionais. Duarte Valente, médio que é uma das pedras basilares do conjunto de Bruno Dias, fala de um "objetivo cumprido".
"O nosso principal objetivo era estar nos quatro primeiros para chegarmos à fase seguinte. Estamos todos muito contentes", afirma a O JOGO, reconhecendo, contudo, que a exigência dos adeptos do emblema do Restelo é grande. "Sabemos que estamos num grande clube. O entusiasmo dos adeptos está a crescer e sentem que, daqui a uns anos, poderão ver o Belenenses no patamar que merece. Contudo, tentamos que esse ruído fique um pouco à parte do nosso dia a dia", refere Duarte.
Os lisboetas já sabem que vão defrontar Felgueiras e Länk Vilaverdense, da Série A, e Alverca, da Série B, na próxima etapa. "Todos os jogos vão ser uma final", aponta.
No plano individual, o médio formado no Estoril soma duas assistências e três golos marcados, números que fazem desta época a melhor da carreira sénior. "É fruto da boa equipa que temos e dos bons resultados. Quando assim é, mais fácil se torna qualquer jogador destacar-se", observa, definindo-se como um "médio agressivo, com bom passe curto e longo" e que tenta "liderar a equipa no setor intermediário".
Se agora tudo está a correr-lhe bem, uma rotura dos ligamentos cruzados fez Duarte enfrentar uma longa paragem, quando tinha 18 anos. "Superei esse período com o apoio da família. Sabia que estava rodeado de bons profissionais, os fisioterapeutas e médicos também me ajudaram e fez-me perceber que o futebol não é um mar de rosas", recorda o médio, 23 anos, que já se aventurou no futebol grego e cipriota.
Carreira sempre perto da praia
Natural do Estoril, Duarte Valente passou pelo Karmiotissa Polemidion (Chipre) e pelo Olympiacos Volos (Grécia) antes de chegar ao Belenenses. "Gostei mais do futebol cipriota, também por ser primeira divisão, embora a envolvência não seja a mais profissional", comenta. Nascido perto das praias da linha de Cascais, o médio tem feito a carreira sempre em zonas balneares. "Vou para onde me querem [risos]. A minha infância sempre foi perto da praia e, quanto mais próximo estiver, mais à-vontade me sinto. As praias ao pé de casa são as melhores, mas, para mandar um postal, as cipriotas são incríveis", conta.