"Acredito que se fale mais da minha forma de viver o jogo e menos da qualidade das equipas..."
Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, antes da receção ao Club Brugge para a Liga dos Campeões
Corpo do artigo
A intensidade e garra que lhe são associadas não tiram um pouco de importância à vertente técnica que a sua equipa tem em relação aos jogos? "Sou treinador há 11 anos, ou perto disso, mas não me agarrei a um sistema. Respeito todos os treinadores que começam com determinada forma de jogar e a mantêm, mas nós mudamos muito em função das características dos jogadores e da estratégia definida e temos qualidade. No ano passado todos admitiram que, dentro da base que queremos para o nosso jogo, a agressividade e intensidade, o FC Porto tinha também uma qualidade acima da média com bola era permitido porque tínhamos jogadores com essas características. No nosso primeiro ano no FC Porto, tive de optar por jogar mais direto e foi o que fizemos. Isso é qualidade da equipa técnica e também dos jogadores, claro, mas acredito que se fale mais da minha forma de viver o jogo, apaixonada, de garra, aquele selo que tenho desde os meus tempos de jogador e se olhe menos para a qualidade das equipas. Mas, desde que eu ganhe, por mim está tudo bem."
O FC Porto está obrigado a ganhar este jogo? "Parte da estratégia parte por percebermos que estamos num jogo de Liga dos Campeões e não diminuirmos um adversário que é muito forte e a estratégia passa exatamente por isso, então não me posso alongar muito. E a tal pressão, que faz parte do nosso dia a dia, de estar num grande clube, não precisamos de jogos para ter essa pressão, temos no nosso dia a dia e, se não tivermos, eu crio-a. Faz parte do nosso trabalho e da nossa vida normal. Essa pressão é boa, porque mete o nosso estado de espírito em alerta, desconfiados do momento, desde que não seja exagerado."
O Skov Olsen [jogador do Club Brugge] dizia que o Brugge joga sempre para ganhar, mas não considera um empate um mau resultado... "Acho que é um bocadinho de música para os meus ouvidos. Acho que ninguém joga para levar um ponto. As equipas preparam-se, independentemente da qualidade, sempre para ganhar. No final, dependendo da exibição e das incidências do jogo, poder-se-á dizer que um ponto não é mau. O treinador tem alguma facilidade quanto tem de falar, consegue driblar e, se calhar, mandar uma mensagem para dentro, para tirar um pouco de peso à equipa, mas não quero estar a analisar o que o treinador adversário disse. O Brugge é tricampeão, joga sempre para ganhar, nas últimas sete Champions teve seis presenças e está habituado a este palco. Espera-nos um jogo difícil e cabe-nos fazer tudo para ganhar os três pontos, que serão importantes na nossa caminhada."
15158608
15158647