Declarações de Felipe, antigo central dos dragões e agora no Nottingham Forest, ao programa "Hora dos Craques" do Porto Canal, apresentado por Maniche e Miguel Marques Monteiro.
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Perda de titularidade no Atlético: "No começo foi um pouco complicado, não entendia. Vinha de quatro anos importantíssimos na minha carreira, no Corinthians, no FC Porto e depois chego ao Atlético e jogo. Começas a pensar no que estás a fazer: 'preciso de melhorar alguma coisa.' Mas precisas de um estímulo para perceber, mas não recebi essa resposta. No final do ano, joguei um pouco mais e pensei em fazer o que devo fazer, treinar forte e aproveitar a oportunidade. Se puder jogar cinco minutos, dez, 90, o que seja, vou me empenhar e dar o máximo. Há os titulares e os outros, quando recebem uma oportunidade, têm de aproveitar. Nunca duvidei das minhas qualidades. Já vi alguns jogadores com esse pensamento e dava para ver que era muito mau."
Esteve quase a deixar o futebol: "Tive a oportunidade de trabalhar com o meu sogro e deixar o futebol. Se hoje em dia começas a jogar aos 13 ou 14 já é tarde e eu estava a chegar aos 18 anos. Pensei que precisava de trabalhar e ter um rumo na minha vida. Não pensei duas vezes e sim, ia trabalhar. Acordava às 03h40 e íamos entregar cogumelos a mercados e restaurantes. Chegava às 13h30 a casa. O meu sogro não dá confiança a qualquer um, mas sentia que já me dava alguma e eu já pensava em pegar no negócio. Foi aí que me deram a oportunidade de jogar num clube de futebol e dediquei-me a isso. Na altura o sonho era chegar a uma segunda ou primeira divisão. Um dia estava com amigos a ver um clássico do futebol brasileiro e disse 'um dia vou jogar naquele estádio'."
O salto para o Bragantino através do DVD: "Um amigo disse-me para fazermos um DVD com as minhas jogadas para ele entregar aos clubes. Era o currículo de um jogador. Eu não fazia ideia que era assim que funcionava. O pessoal do Bragantino gostou muito e quiseram que eu me apresentasse. Jogava na primeira divisão do campeonato paulista e na Serie B do Brasileirão. E eu estava na quarta... Fiquei dois dias sem dormir a pensar naquilo. Muitos amigos só souberam quando eu cheguei ao Corinthians, ao fim de um ano no Bragantino."
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