Ao bisar em Berna. o camaronês entrou no top-10 de goleadores portistas na Europa. "Estive muito tempo parado, passei momentos difíceis", disse Aboubakar no final do Young Boys-FC Porto.
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O nome do momento no FC Porto é Aboubakar. E há razões para isso que vão além dos dois golos que valeram a vitória do FC Porto em casa do Young Boys, traduzindo-se num enorme balão de oxigénio para os portistas na Liga Europa.
Vamos aos números antes mesmo das palavras.
Há mais de um ano que Aboubakar não marcava qualquer golo. Para encontrar último registo no que toca a golos é preciso recuar 14 meses: foi a 22 de setembro de 2018, na receção ao V. Setúbal.
Mas há mais num noite de sonho para o avançado e para o FC Porto. Para Aboubakar tratou-se de um duplo regresso, aliás, porque voltou a ser titular, o que não já não acontecia também há mais de um ano. A 28 de setembro de 2018, uma semana depois do último golo, o avançado foi titular com o Tondela, lesionou-se na segunda parte e foi operado ao joelho esquerdo.
Ao bisar em Berna. o camaronês entrou no top-10 de goleadores portistas na Europa. Tem 13 golos, tantos como Lucho e Lisandro. Falcao lidera com 22. Impressionante, portanto.
"É muita emoção, estive muito tempo parado, passei momentos difíceis e este foi um dia feliz. Quero partilhar a alegria com todos"
O feito não passou despercebido e teve uma história que Pinto da Costa contou logo após o jogo: "[a camisola] Era dele, agora é minha. Não foi pedida. Foi uma brincadeira antes do jogo, mas para o motivar também. Disse-lhe «tenho no museu a camisola com que marcaste três golos no Mónaco (quando ganhámos 3-0 e ele me ofereceu), espero pôr lá outra ao lado». E ele disse «no final vou-lhe entregar»". Na zona mista do estádio, perante os jornalistas, o presidente portista fez questão de deixar elogios ao internacional dos Camarões: "Fez realmente uma excelente exibição e justificou a chamada. Mostrou bem que a decisão do mister de o pôr a jogar quando pouca gente contava foi acertada, porque ele acabou por ser preponderante, não só pelos golos, mas pela forma como jogou. A vida do jogador é assim, com lesões, momentos melhores e momentos piores. Aboubakar nunca se deu como vencido, trabalhou sempre, lutou sempre, se não tivesse feito assim não se tinha apresentado hoje como apresentou. Ganhou a confiança do treinador e justificou plenamente".
Aboubakar, por seu turno, usou as redes sociais para dar conta do muito que sentia depois de dois golos que fecharam 14 meses de jejum. Uma declaração que é também um raro momento em que falou português em público: "Eu tenho que dizer uma coisa. Primeiro tenho que agradecer ao meu presidente e também ao treinador Sérgio Conceição, ao staff dele, ao staff médico, a todos os meus companheiros porque passei um momento difícil. Tenho de partilhar esse momento com eles, quero agradecer tudo", disse sem esquecer os objetivos coletivos: "Temos de continuar a ganhar. Temos de ganhar, ganhar e ganhar".
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