Abel Ferreira, treinador do Braga, fez a antevisão ao jogo com o Benfica e revelou muita ambição.
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Apanhar o Benfica na classificação: "É um desafio e oportunidade para continuarmos na luta pelos nossos objetivos. Vamos defrontar o campeão em título, com uma equipa recheada de bons jogadores, e que tem um treinador que é uma referência. Olha para dentro e valoriza os jogadores que tem. Valorizou o Ederson e o Nélson Semedo, entre outros. Merece todo o respeito da minha parte e toda a cautela. Teremos de nos apresentar na máxima capacidade, cumprindo bem a estratégia definida e estando focados nas tarefas individuais e coletivas. Vamos defrontar até o adversário que há dentro de cada um de nós".
O Braga é favorito? "Na Luz, fui muito criticado por algumas coisas que disse. O desafio que me foi colocado quando assumi este cargo, com toda a ambição e determinação, é procurar fazer mais com menos recursos. Estando todos alinhadinhos, jogando como equipa. Até os golos marcados estão divididos por todos. Pensamos e agimos sempre como equipa. Ninguém está acima da equipa, a estrela é a equipa e o estatuto é o rendimento. Esta equipa tem sido constante e regular. Desde o primeiro dia que temos a ambição de jogar para ganhar. Foi assim logo no primeiro jogo da época, cimentando ao mesmo tempo ideias e processos. Esta equipa parece que joga junta há muito tempo, mas não é verdade. Tivemos que cimentar uma ideia nova. Não sei qual será resultado, mas vamos lutar até ao último segundo para vencer".
Ambição e Sérgio: "Tenho uma admiração pelo Sérgio Conceição desde o Penafiel. Construiu uma carreira fantástica como jogador e como treinador também. Os nossos objetivos estão definidos. O que os outros dizem sobre nós... bom, prefiro ouvir uma elogio do que uma crítica. Independentemente de termos 14 jogadores novos e uma equipa muito ambiciosa, vamos lutar pelos quatro primeiros lugares. Em maio, veremos. Até lá não vamos mudar. Queremos ser constantes e determinados nos jogos, sabendo o caminho que temos de percorrer. Com esta harmonia que estamos a criar com os nossos adeptos, mesmo em momentos de dificuldade, vamos valorizar o espetáculo, os jogadores e este clube".
Intromissão na luta pelo título: "O presidente tem muita ambição, mas já lhe disse que ele não quer ganhar mais do que eu. Quem tem mais recursos está mais próximo de vencer, mas nem sempre é assim. Braga já foi terceiro e quarto, mas se calhar as equipas que estavam acima estavam constipadas. Pode ser que possamos aproveitar uma gripezinha dessas equipas e temos de estar cheios de saúde. Não é um desafio impossível".
Benfica mais pressionado: "Não consigo controlar, nem interessa o que pensa o nosso adversário. Aconteça o que acontecer amanhã, esta equipa estará dentro dos seus objetivos e a crescer. É isso que vamos fazer até ao fim do campeonato".
Adversário diferente: "Houve uma evolução no sentido de fortalecer o meio campo. Vimos o jogo que fizeram contra o Sporting, onde se esperava o contrário do que aconteceu. Aquele que foi um dos melhores jogadores do Braga (Rafa) tem dificuldades em jogar, o que demonstra a grandeza daquela equipa. Sabemos que o Benfica pode jogar em 4x4x2 ou 4x3x3 e os jogadores só têm de ser fiéis aos nossos princípios".
Controlo emocional: "A qualidade individual dos jogadores é o lado que os treinadores menos controlam, mas sabemos os passos que temos que dar e o que devemos fazer quando tivermos bola ou o adversário tiver bola. Teremos de ser fiéis a nós próprios. Por vezes, neste tipo de jogos, o maior adversário está dentro de nós e eu já pedi aos jogadores para serem fiéis a eles próprios, jogando de forma coletiva. Acredito que o melhor deles ainda está para chegar".
Pressão do Braga: "Jogamos sempre com a pressão de vencer. É algo normal para nós. O difícil não é ganhar, é ganhar constantemente contra quem quer que seja. Só assim poderemos crescer, atingindo outros patamares, mesmo não tendo os recursos dos nossos adversários".
Despique dos presidentes: "Não comento as declarações entre Bruno de Carvalho e António Salvador".
Desafio: "O nosso desafio é este: com menos recursos, fazer mais. O Rui Vitória é top. Vendeu jogadores por fortunas. O Xeka chegou a custo zero e saiu por cinco milhões. O Bruno Jordão e o Neto por 20 e tal milhões. Queremos continuar nesta linha: aumentar o número de adeptos e melhorar. Já disse ao presidente que ele não quer ganhar mais do que eu. O homem é feito do tamanho do seu sonho e, por isso, estamos a caminhar de forma segura".
Diogo Figueiras? "Estou muito satisfeito com os jogadores que tenho. Quem vier, vai ter muitas dificuldades em jogar. As contratações serão feitas a pensar no presente e no futuro".