Dos treinos em casa numa quarentena longa, à lesão grave de Marcano, passando pelo adiamento das eleições e pelo corte de 40 por cento nos salários, muito mudou no FC Porto durante a pandemia.
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A espera terminou e é já na quarta-feira [21h15] que a bola volta a rolar, ainda que sem adeptos nas bancadas, mas com os SuperDragões a prometerem apoiar desde o exterior.
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É o possível nesta nova normalidade imposta pelo lento e longo processo de desconfinamento. O FC Porto vai a Famalicão reiniciar a defesa da liderança do campeonato, precisamente 80 dias depois da data inicial para este jogo da 25ª jornada. Em mais de dois meses, muito mudou no reino do dragão e O JOGO recorda-lhe os momentos mais marcantes desde que os jogadores foram mandados para casa devido à pandemia.
Não só a nível de plantel com a aposta de Conceição em três jovens da equipa B e a notícia da grave lesão de Marcano, mas também do clube, que viu as eleições adiadas, por exemplo, e da SAD, que ganhou tempo para manter as regras do fair-play financeiro, mas que se viu na necessidade de propor um corte salarial de 40 por cento aos elementos da equipa principal.
Sérgio Conceição orienta esta terça-feira o último de 24 treinos no terreno antes de o FC Porto defrontar o Famalicão sem Marcano, mas com os três jovens promovidos entretanto da equipa B: Francisco Meixedo, João Mário e Fábio Vieira. E estes nem são os únicos beneficiados da paragem porque há outro trio que aproveitou para recuperar de lesões: Luis Díaz, Zé Luís e Vítor Ferreira.
Sérgio Conceição optou por não dar férias aos jogadores durante a quarentena porque sempre acreditou no regresso do campeonato. Na quarta-feira, o FC Porto joga em Famalicão
Recuando no tempo, a 12 de março foi quando o reino do dragão sofreu o primeiro impacto: os jogadores foram mandados embora e o Olival fechou as suas portas. Equipa técnica e médica começaram a elaborar os planos de trabalho que foram enviados aos atletas para serem cumpridos em casa durante os 49 dias que durou o isolamento do plantel e que evitou o contágio com a covid-19. No universo portista, aliás, foi conhecido apenas o caso positivo de uma professora de natação, logo nos primeiros dias da pandemia.
Entretanto, o Governo decretou o estado de emergência e Matos Fernandes, presidente da Mesa da AG, foi obrigado a adiar para o próximo fim de semana as eleições para a presidência do clube. O futebol pára em todo o Mundo e os problemas financeiros dos clubes agravam-se, levando a SAD a propor um corte salarial de 40 por cento, por três meses, ao mesmo tempo que a UEFA aliviava a pressão sobre os cofres alargando por um ano o cumprimento das metas do fair-play.
Aos poucos, a batalha contra o coronavírus foi sendo ganha e o futebol reage. A Alemanha tomou a dianteira e Portugal segue agora os passos, mas pouco será como dantes. O que não mudou foi a condição de líder que o FC Porto amanhã volta a defender, na primeira das dez jornadas que faltam para o campeonato terminar.