Treinador do Benfica na antevisão ao jogo frente ao Tondela, na Luz, para os quartos de final da Taça da Liga. Apito inicial às 20h45 de quarta-feira
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O jogo: "Taça é taça. São competições de cariz diferente. É verdade que não estão numa posição fácil na tabela, mas normalmente as equipas promovidas precisam de algum tempo para se adaptarem. Não queremos facilitar. Queremos ir à final four. Jogámos bem no nosso estádio no último jogo. Bem sei que temos um jogo muito difícil e importante em Guimarães no sábado, mas já nos preparámos hoje com um bom treino para amanhã estarmos a um bom nível".
Evidenciou à imprensa italiana a felicidade por estar no Benfica: "Quando saí do Fenerbahçe, não estava à espera de regressar [ao ativo] tão rapidamente. Queria, mas não estava à espera. Preparei-me muitas vezes psicologicamente para não aceitar qualquer coisa. Quando o Benfica apareceu, fui tão rápido a dizer sim. Tinha confirmado ao Corriere dello Sport que ia estar presente na gala. Disse o que disse não estando lá. Foi a minha maneira de expressar o orgulho por ser treinador do Benfica, por aquele processo eleitoral, com um impacto lá fora na comunidade futebolística. Os meus contactos no futebol são muitos. Foi um impacto extraordinário. Se eu posso ser também um veículo de promoção do Benfica, faço-o com muito orgulho".
Possível renovação de Otamendi: "Uma coisa é a idade real e outra é o que vemos em campo, em treino. Há jovens de 20 anos que são jogadores velhos e há velhos de 38 e de 40 que são jovens. O Nico é jovem. Para vocês perceberem um pouco como está a nossa comunicação, disse-lhe que temos agora deslocações a Guimarães e Leverkusen. Ele disse que temos esse e temos Tondela. Joga. É um jogador muito importante. Sobre o futuro, temos gente num plano muito superior ao meu. Perguntas que me façam, cá estou para responder."
Mudanças no onze: "Poucas. Algumas. Não mudo onze, dez, nove, oito ou sete, mas mudo alguma coisa."
Mercado de inverno: "Na minha opinião como treinador, conhecendo melhor os jogadores que tenho, disse para não se criar a perceção de que o Benfica precisava de cinco ou dez jogadores novos. Um ou dois jogadores-chave para limitações-chave. Às vezes, são o suficiente para dar um cariz completamente diferente. Não pedi jogadores a ninguém. Ninguém me disse que ia dar jogadores. Internamente, claro que abro a minha análise. Falo sobre a minha visão e sobre o que pode melhorar. Nada mais dos que isso. Não vou discutir convosco. A minha missão aqui não é pedir jogadores. Tenho de trabalhar com os jogadores que tenho e melhorá-los. Se no mercado de janeiro a Direção nos puder ajudar, volto a repetir, com um ou dois jogadores de determinado perfil, será ótimo. Que perfil? Aí já me vou esconder um bocadinho."
Impacto das eleições: "Acho que as eleições do Benfica já se sentem há tanto tempo... Antes de eu chegar, já se sentia. Depois de chegar, intensificou-se. Os jogadores foram-se habituando a fazer o seu trabalho, um bocadinho isolados de alguns contextos que podiam prejudicar. Acho que não prejudicou. Não acho que haja relação entre os resultados negativos e o período eleitoral.
A Taça da Liga: "Habituei-me a jogar muitos jogos. Em Inglaterra, também tinha Taça da Liga. Na minha cabeça, gosto de jogar. Gosto de jogos. Nunca vou contra nenhum tipo de competição. Se significa algo para os clubes a nível económico, não foi uma coisa que me preocupou. Nem sei como acontecem as distribuições de receitas. Falando por mim, em modo egoísta, é a única competição em Portugal que ainda não ganhei. Pode ser que consiga ganhar esta Taça da Liga. A partir do momento que o Benfica entra numa competição, tem de respeitá-la ao máximo. Mesmo a jogar jogos particulares, o Benfica não pode fazer borrada. Esta taça não é para brincar, é para jogar. Claro que tenho de fazer descansar alguns jogadores. Vou respeitar a competição, mas respeitando também as outras, mais importantes. Poderei fazer três ou quatro alterações."
Regresso teve impacto nas eleições? "Não faço ideia. Quando vim para o Benfica, nem o presidente Rui Costa, nem o diretor Mário Branco tocaram no tema eleitoral. A única vez que o fizeram foi sensibilizarem-me a aceitar um contrato que tivesse em conta as eleições, com uma hipotética nova Direção a poder querer decidir que eu não seria o treinador. A partir do momento que aceitei essa situação ética... De resto, só me falaram do Benfica e dos motivos pelos quais queriam que eu fosse o treinador do Benfica. Este toque a nível contratual, em condições normais, nunca aceitaria, mas aceitei tendo em conta as eleições".
Manu Silva vai a jogo? "Não."
Instruções a Lukebakio no início do treino: "Até brinquei com ele e disse-lhe que, por jogar do lado oposto ao banco, não quer dizer que não veja."
Crescimento da equipa: "Quando se joga com muitos jogadores de cariz ofensivo, as dinâmicas são sempre importantes. Tivemos Aursnes a lateral. É importante que a equipa trabalhe bem defensivamente. Tivemos boas ideias nesse capítulo. Hoje só trabalhámos organização ofensiva, para dizer a verdade. É importante que a equipa comece a encaixar e que o puzzle comece a solidificar."
Joshua Wynder: "É uma pena. Hoje teve um pequeno problema no treino. Quando são coisinhas pequenas a nível muscular, não gosto de arriscar."
Obrador: "É possível que possa ter minutos amanhã. É um rapaz que tem boas condições. Tem de me aturar, tem de crescer sob o ponto de vista mental. Vai chegar. Não penso que é um produto acabado, de todo. É um bom miúdo, inteligente. Acho que vai melhorar e chegar a um nível bom para nós. Tem um caminho a percorrer, mas nós estamos cá para percorrer esse caminho com ele."

