Filipe Luís recorda Jorge Jesus e tudo o que aprendeu sobre futebol com ele
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Filipe Luís, lateral esquerdo do Flamengo, não esconde as saudades que sente do treinador Jorge Jesus.
Em entrevista à imprensa brasileira, o jogador recorda os momentos que passou com o técnico do Benfica e explica o quanto aprendeu sobre futebol, numa altura em que achava que iria ensinar.
"Eu amo esse velhinho. É muito especial e deixou marca", começou por dizer o jogador ao ver imagens de Jorge Jesus quando este ainda estava no Brasil.
"A saída dele foi muito impactante, como todos os divórcios são. É a mesma sensação de quando terminamos com a primeira namorada da adolescência. Briga, briga, briga, termina, mas depois só se lembra das coisas boas", explicou sobre o momento da saída para o Benfica.
"Com ele, dizemos que sempre jogávamos bem. Mas não era bem assim. Também fazíamos jogos maus. Mas ele tinha uma maneira de trabalhar, uma metodologia, que fazia todos sentirem-se importantes. Ele mostrava-nos um vídeo de treino e aquilo era uma aula de futebol. Eu que vim com 34 anos para o Flamengo a achar que vinha ensinar alguma coisa, fui o aluno numero um. Eu nunca aprendi tanto de futebol como com esse velhinho. Ele parava o vídeo e ficava durante 15 minutos a falar de um detalhe. E dizia coisas que te deixavam a pensar. Fez-me aprender muito sobre futebol", recordou ainda.
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Filipe Luís lembrou ainda que nem sempre concordou com as opiniões do treinador, mas no fim entendia que, na maior parte das vezes, Jorge Jesus tinha razão.
"Não concordo com muitas coisas que ele faz. Tive 20 discussões com ele... ou 30. Mas depois, em mais de metade das vezes, ele tinha razão. Havia coisas que eu não concordava mas que depois acabavam por dar certo", disse ainda.
O jogador, apesar das boas recordações que Jesus deixou no Flamengo, acredita que a equipa está a reinventar-se e pronta para novas conquistas.
"Ele era explosivo, paixão pura no campo. Mas depois fora do campo o coração mais mole do mundo. Deixou uma marca muito grande na equipa. Mas eu acho que o futebol não tem memória... foi embora... passou. Veio o Domenec e estamos a aprender uma nova metodologia. Estamos a reinventar. E vamos tentar ganhar de outra forma", concluiu.