A opinião de Villas-Boas: "Eu revejo essa chama no Rúben Amorim, no Abel Ferreira..."
André Villas-Boas, entrevistado por O JOGO, aborda o Sporting de 2020/21 e o papel de Rúben Amorim na atual sucesso da equipa
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Em Portugal tem-se debatido o facto de o Sporting beneficiar da eliminação das competições europeias. Acredita que a saída das provas da UEFA pode ser uma vantagem para o que resta de temporada em França?
-Primeiro ponto: em relação ao caso do Sporting, o aligeiramento do calendário ajuda, mas só enquanto conseguir manter uma dinâmica positiva. Se fosse negativa, era pior. Se começas a perder, as semanas são mais longas, o sofrimento é mais longo e a gestão das expetativas em relação ao próximo jogo é mais intensa. Nós vivemos no ano passado a situação que o Sporting vive agora. Neste momento, em França, o Lyon vive uma situação semelhante e é o primeiro classificado.
Nós vivemos no ano passado a situação que o Sporting vive agora. Neste momento, em França, o Lyon vive uma situação semelhante e é o primeiro classificado.
Enquanto se mantém a equipa numa dinâmica positiva, ter menos jogos é bom: há mais tempo para preparar, a qualidade do trabalho é maior e isso ajuda. Portanto, sim, potencialmente pode ter sido uma coisa boa sairmos das provas europeias. Há um problema. Em França estamos à espera de saber se haverá a anulação da Taça de França. Se não houver, e porque já está atrasada, pode levar a um novo congestionamento que anularia esse lado positivo.
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Acha que é só essa questão do calendário que explica a liderança do Sporting neste momento?
-Não, não, também qualidade do trabalho. O treinador, quando é o jovem, tem uma chama que depois já não tem mais tarde, quando começa a ficar cansado [risos], começa a levar muita paulada nas costas e eu revejo essa chama no Rúben Amorim, no Abel Ferreira, por exemplo.
"O treinador, quando é o jovem, tem uma chama que depois já não tem mais tarde, quando começa a ficar cansado [risos], começa a levar muita paulada nas costas"
São marcados por uma chama única. Eu sou diferente, perspetivei a minha carreira mais curta e, se calhar, até é isso, são precisamente esses pontos que acabam por ditar os grandes vencedores, é essa capacidade para manter essa chama sempre viva. Mas penso que sim, há muita qualidade, bom trabalho, uma equipa que joga bem, bem organizada e que está a dar frutos, mesmo com o investimento reduzido como falámos, portanto, possível é.
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