No regresso à competição, diante do Portimonense, Mathieu jogou pela primeira vez com Ilori. Sábado, com o Boavista, formará com o reforço de inverno e o seu parceiro do eixo a retoma do 3x4x2x1.
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Mudar é um pressuposto a que Marcel Keizer não vira as costas. Pelo contrário, cultiva-o. O carácter multifacetado e capacidade de adaptação de que tem imbuído a equipa nos últimos tempos vai precisamente nesse sentido.
A verdade é que, depois de ter retomado o 4x3x3 na receção na última ronda, em Alvalade, deixa antever que o Sporting se apresente no Bessa, no próximo sábado, no 3x4x2x1 com que o técnico holandês apanhou de surpresa o Braga (triunfo por 3-0) e tem feito evoluir a equipa desde então. Isto por força de um argumento de peso maior: Coates.
Passemos a explicar: nesse primeiro jogo em que desenhou o 3x4x2x1, com o Braga, Keizer lançou Ilori na titularidade, sobre a direita do eixo defensivo, com Coates a tomar conta do corredor central e Borja, lateral-esquerdo contratado em janeiro adaptado a central, descaído sobre a esquerda. Foi assim também em Villarreal e durante parte do primeiro tempo do jogo com o Marítimo, passando então a adotar o 4x3x3. Frente ao Portimonense, com Coates suspenso na sequência da expulsão nos últimos instantes do jogo no Funchal, Keizer promoveu o regresso à competição de Mathieu, ao lado de Ilori, dupla que nunca antes jogara junta. Para o embate de sábado, com o Boavista, o técnico holandês volta a poder contar com o uruguaio, que é "só" o leão mais utilizado nesta época com 3 420" em campo, ao longo de 39 jogos - a exceção terá de ser feita ao incontornável Bruno Fernandes, que tem 3580" em 41 partidas.
Keizer não prescinde do camisola quatro, que é o esteio da defesa, assim como não abdicará do experiente central francês, cuja saída de bola é um trunfo para o Bessa, nem do central contratado em janeiro ao Reading, devido à sua velocidade e capacidade de recuperação. Está, assim, encontrado o eixo da ronda 25: Ilori, Coates, Mathieu.
Capaz de mudar sem ir ao banco
O Sporting está preparado para apresentar-se num esquema de três centrais, mas Marcel Keizer tem trabalhado a equipa no sentido de mudar o sistema, se necessário, sem recorrer a substituições. Assim, durante os jogos, a formação leonina pode reajustar-se com um quarteto defensivo, algo que implica que Mathieu ou Borja derivem para a lateral esquerda, posições que bem conhecem, recuando o ala-direito para o sector mais recuado. Esta elasticidade permite transitar rapidamente para o 4x3x3, que também está rotinado.