Zé Simão, agora sub-capitão do Covilhã, foi dos poucos a manter-se nos serranos e ajudou ao primeiro triunfo da época
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Ao terceiro jogo na Liga 3 o Covilhã estreou-se a vencer, na receção ao Caldas (1-0), partida que Zé Simão destacou por a equipa não ter sofrido golos. Segundo o central, que há dois anos estava ao serviço do Pedrógão nos campeonatos distritais, apesar de o plantel ter sofrido muitas alterações, é possível repetir a presença entre as oito melhores equipas que vão discutir a subida à II Liga. Exigência de Francisco Chaló também foi um dos temas abordados pelo defesa, que pretende fazer uma temporada com uma utilização mais regular, depois de ter sido apenas quatro vezes opção no ano anterior.
Ao terceiro jogo o Covilhã conseguiu vencer. Qual foi a chave e o que fizeram de diferente desta vez?
-A chave para esta vitória foi mesmo a união e a entrega do grupo. Foi um jogo muito difícil contra uma excelente equipa, como é o Caldas, galvanizada por uma vitória. Foi muito no querer, no acreditar. Tínhamos o plano bem delineado ao longo da semana e as coisas saíram como queríamos no fim de semana. Tentámos corrigir os erros cometidos nos jogos anteriores. Tínhamos sofrido golos em ambos, mas neste jogo não sofremos, o que era um dos nossos objetivos.
Participou nos três primeiros jogos e já fez quase tantos como em toda a época anterior. A que se deveu a menor utilização no ano passado?
-No ano passado, fui contratado pelo Covilhã e estava na distrital de Castelo Branco, a jogar no Pedrógão de S. Pedro. Era um salto significativo passar para uma Liga 3 e sabia que ao início iria passar por um período de adaptação que me exigiria grande capacidade de superação e sofrimento. Tentei aprender o mais rápido possível para entrar no ritmo. Aqui há menos tempo para pensar, há mais intensidade e tentei adaptar-me a esses fatores. Quando já estava pronto para jogar, a equipa estava consolidada e, como era central, tive de esperar por uma lesão ou castigo. Quando surgiu a oportunidade, em janeiro, agarrei-a da melhor forma, fiz quatro jogos seguidos, mas, depois, o treinador optou por voltar à fórmula antiga, além de terem chegado mais dois centrais no mercado de inverno, aumentando a concorrência. Neste segundo ano fui dos poucos que fiquei, pelo que senti uma responsabilidade maior, e estou a tentar agarrar a titularidade desde o início. Tenho sido eu a jogar, mas há muita qualidade neste grupo.
A equipa disputou a fase de subida na época passada, mas aí as coisas não correram tão bem. Acha que há argumentos para repetir esse objetivo?
-A fase de subida foi muito complicada, só conseguimos uma vitória e ficou muito aquém das nossas expectativas e do que a equipa tinha qualidade para fazer. Várias coisas correram mal, mas, por um lado, até foi bom. O clube percebeu o que deve fazer de forma diferente para que os erros não se repitam. Este ano temos todas as condições e qualidade para chegar à fase de subida. Apesar de sermos uma equipa muito jovem, temos muita fome de vencer e mostrar o nosso valor. A malta tem uma vontade enorme de conseguir levar o Covilhã à fase de subida.
O plantel mudou muito em relação ao ano anterior?
-Fiquei eu, o João Gonçalo, o Rodrigo Ferreira, o Igor Araújo e o Paulinho. E transitaram alguns juniores que já trabalhavam connosco na temporada passada.
Como é trabalhar com Francisco Chaló?
-Tem sido muito bom. É um treinador com muita experiência, que percebe muito de futebol. Isso nota-se pela forma como transmite as suas ideias. É muito exigente, o que nos obriga a dar o máximo em cada treino, em cada jogo. Isso obriga-nos a ser sempre melhores do que no dia anterior. Quando é assim, a equipa tem tudo para evoluir. Ele tem a capacidade de extrair as melhores qualidades e o máximo desempenho de cada jogador do plantel.
Como se define no papel de central e qual foi o seu ponto alto ao serviço do Covilhã?
-Defino-me como um jogador muito trabalhador e esforço-me muito pela equipa. Considero-me forte no um para um defensivo e no jogo aéreo. Gosto de sair a jogar num futebol apoiado e tento dar sempre o contributo à equipa. O ponto alto terá sido a estreia na Liga 3, contra a Académica, em casa, com uma vitória que foi muito especial para mim.
Joel Vital e Tiago Moreira ajudaram-no a ser melhor
Natural do Fundão, Zé Simão começou a praticar futebol no clube da terra, tendo passado por Castelo Branco, Alcains, Pedrógão e Covilhã, onde está atualmente, sendo este o emblema mais significativo na carreira, onde aprendeu a tornar-se melhor central. “Quando estava na formação do Covilhã conheci o Joel Vital, que sempre me acolheu muito bem e agora faz parte da Direção. Foi uma figura mítica, com quem aprendi, observei e tentei replicar”, explica a O JOGO, colocando também o nome de Tiago Moreira, que esteve nos serranos nas últimas seis épocas, como referência. “Apesar de ele ser lateral-direito, jogou como central numa linha de três e ajudou-me muito a crescer”, vinca. “Jogar na I Liga, numa competição europeia e na Seleção Nacional” são os sonhos.