A jogar na Liga 3, dá exemplo de Zaidu e garante: "Tenho qualidade para jogar mais acima"
Em 2019/20, ao serviço do Lourosa, Léo Cá marcou dez golos que o levaram ao Covilhã, mas uma época atípica fê-lo voltar.
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Ao nono jogo, Léo Cá marcou o primeiro golo pelo Lourosa esta época, numa partida em que também fez a assistência para Joel Silva marcar ao Felgueiras (2-0). O extremo, proveniente do Covilhã, voltou ao clube que já tinha representado nas anteriores três épocas e nas quais evidenciara dotes de goleador (24 golos).
"Regressei para erguer confiança"
"Regressei a uma casa onde já fui feliz para reerguer a confiança. Às vezes, após uma época mal conseguida, começamos a duvidar do nosso valor. A saúde mental do jogador é extremamente importante; quis estar com a cabeça limpa e voltar para a minha zona de conforto para, se possível, conseguirmos atingir os objetivos . Quero voltar a ser o Léo de há dois anos e não o do ano passado", revelou a O JOGO, o jogador de 27 anos, que explicou o que correu menos bem na sua primeira experiência na Liga SABSEG.
"Foi uma adaptação difícil. Não foi um bom ano para o Covilhã, tivemos alguns sobressaltos, com trocas de treinadores, e quando a equipa não está numa boa fase, é raro haver um elemento que sobressaia", resumiu. "O pós-pandemia também não ajudou, com alguns jogos cancelados, e nunca conseguimos ter uma grande sequência de vitórias, mas o mais importante foi termos conseguido a permanência", salientou. Certo de que tomou a melhor decisão, Léo Cá tem oscilado a titularidade com o banco de suplentes, algo que contrastou com as anteriores passagens pelo clube, em que era um titular indiscutível.
"Tem a ver com a forma como a equipa joga. No último ano que estive cá, jogávamos num sistema com o qual me identificava mais [4x4x2] e agora jogamos com três defesas, cinco médios e dois avançados. Tive de me adaptar a um futebol diferente, a uma nova posição, pois tenho jogado mais por dentro, como segundo avançado, e sentia-me mais confortável a jogar por fora", explicou.
Formação no rival causa picardias
Formado no S. João Ver, rival do Lourosa, Léo Cá já ouviu alguns comentários desagradáveis ao cruzar-se com adeptos na rua ou em cafés das redondezas.
"É normal ouvir sempre um bitaite, compreendo que as pessoas fiquem tristes, mas não me esqueço do que fiz pelo clube. Saí para o Cesarense, voltei quando o S. João Ver estava um pouco à deriva, e às vezes ouço palavras que mexem comigo, ainda mais nos dérbis, mas tento não dar importância", sublinhou o extremo, que tem o sonho de chegar à I Liga e deu o exemplo de Zaidu.
"Tenho qualidade para jogar mais acima. O futebol é o momento e às vezes basta estar no sítio certo e à hora certa."