O médico portuense Martins Soares, de 69 anos, manifestou o desejo de voltar a concorrer à presidência do FC Porto, depois de já o ter feito nos sufrágios de 1988 e 1991
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Depois de José Fernando Rio ter anunciado na véspera que será candidato às próximas eleições, ontem foi a vez de Martins Soares revelar a intenção de concorrer, pela terceira vez, contra Pinto da Costa, frente a quem perdeu em 1988 e 1991.
O único sócio do FC Porto que desafiou por duas vezes Pinto da Costa teme cenário idêntico ao do Sporting
"Estou a ponderar a minha candidatura, que não depende dos resultados desportivos, mas sim da gestão da SAD. Depois de regressar ao Porto, vou reunir com o grupo de pessoas que me apoia para tomar a decisão final", afirmou Martins Soares a OJOGO, pouco depois de ter assistido ao vivo ao triunfo do FC Porto nos Açores.
"Não há duas sem três. Já fui à primeira [eleição] no auge do FC Porto. Nessa altura, a minha candidatura foi positiva, uma vez que serviu para mudar a estrutura do clube. Na segunda tentativa, o FC Porto continuava no auge e a estrutura voltou a mudar. Neste momento, não sou um grande acionista, porque, infelizmente, não vale a pena. Mas tenho a dignidade de ter ações para poder estar em reuniões da SAD. Enquanto que, por exemplo, Adelino Caldeira, não têm uma única ação da SAD e é vice-presidente do organismo, que é algo extremamente vergonhosa", já tinha afirmado antes Martins Soares à TSF.
O médico prosseguiu o anúncio com críticas ao atual presidente e o risco de o FC Porto se transformar num... Sporting. "A figura de Pinto da Costa começa agora a deixar de ser intocável. Foi um grande presidente. Aliás, candidatei-me contra ele no seu auge para ter 22,4 por cento [na realidade obteve 20,14 por cento dos votos]... Neste momento, Pinto da Costa deveria sair em grande. Não devia sair empurrado, porque vai levar o FC Porto para uma situação idêntica à do Sporting, com muitos candidatos. Se ele anunciasse a sua saída, alguém se perfilaria e não iria acontecer algo que estou a ver ao fundo do túnel, que é uma série de candidatos", acrescentou.
Autor do livro "Pelo FC Porto; História das minhas candidaturas", em que aborda situações ocorridas nos dois atos eleitorais em que participou, Martins Soares obteve apenas 535 votos em 1988 (contra 10196 de Pinto da Costa), enquanto três anos mais tarde, em 1991, subiu consideravelmente na votação, tendo obtido 20,14 por cento contra os 79,85 por cento do atual presidente portista.
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