"A Europa será sempre uma consequência da estabilidade e da forma como competirmos"
Declarações de Miguel Ribeiro, presidente do Famalicão, à margem do treino aberto da equipa famalicense à comunicação social e aos adeptos.
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Mensagem passada ao plantel na pré-época: "Numa primeira palavra, estabilidade. Ambição renovada, mas sempre com uma base de estabilidade, e fazer cada vez mais. Vamos para a quarta época na I Liga já com alguma marca no futebol português, quer no nosso jogo, nos nossos jogadores, quer até nas nossas classificações, porque ficámos em sexto, nono e oitavo. Por isso, naturalmente, quando em três anos ficamos as três vezes na primeira parte da tabela, a nossa ambição passa por, pelo menos, repetir essa posição classificativa. Essa estabilidade espero que seja transversal ao nosso jogo aos nossos jogadores, às nossas gentes, porque algo que volta a ser desafiante e encorajador é começarmos juntos, com os nossos adeptos. Sabemos a força e a mais-valia que isso é para o Famalicão e, todos juntos, construir um clube de primeira, que foi isso que nos propusemos desde o início."
Quão real é o sonho da Europa na próxima época? "A Europa será sempre uma consequência. Nestas três épocas, em duas delas perdemos a Europa na última jornada; no ano passado, fizemos uma primeira fase fraca e uma segunda fase boa, por isso, será sempre uma consequência dessa estabilidade e da forma como competirmos. Não é algo que nos embriague, que nos tire o foco. Por outro lado, não é algo que nos tire a ambição. É algo que será natural e fará parte de um processo de crescimento do Famalicão e, um bocadinho na senda do que têm sido estes três anos, será uma consequência lógica: será este ano, será no próximo, será no seguinte? A ver vamos."
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Preocupações do Famalicão, agora na Direção da Liga: "As nossas preocupações principais centram-se nas fontes de receita. Naturalmente, podemos colocar várias questões em cima da mesa, a disciplina, a arbitragem, às vezes até o ruído, mas isto tudo serão sempre questões laterais junto da questão essencial e essa reside nas fontes de financiamento. Hoje, Portugal vive, claramente, uma precariedade no nosso futebol. A nosso favor joga a qualidade dos nossos profissionais, jogadores, treinadores e dirigentes. Basta ver pela Europa. Do ponto de vista dos recursos humanos, o futebol português é fortíssimo. Do ponto de vista das fontes de financiamento é muito precário, porque receitas que noutros países são capitais no nosso são muito curtas, nomeadamente, a questão dos direitos televisivos e outros direitos associados. O próprio mercado português é pequeno do ponto de vista comercial (adeptos e por aí fora) e tudo isto é uma razão de preocupação. Se me pergunta, hoje, a grande preocupação do futebol português, até do ponto de vista do futuro, assenta na sua sustentabilidade financeira, pela forma parca como tem acesso às receitas."
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