Não hipotecar a qualificação fora de casa é a primeira missão. Nainggolan é o ponto de equilíbrio, Perotti quem desequilibra. Dúvidas à volta de Dzeko. Um texto do jornalista italiano Andrea Pugliese.
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Dragão impressiona. O Roma chega a Portugal, essencialmente para não hipotecar já a qualificação. Ao contrário do que possa parecer, todos sabem que o FC Porto não é um adversário fácil, pois além de uma equipa forte, tem a força do estádio e um ambiente quente a tentar empurrar a equipa. Contudo, desde que Spalletti chegou, em janeiro, o Roma tem voado. E a boa forma do final de época anterior mantém-se nesta pré-temporada, com seis vitórias em seis jogos particulares, Liverpool, Terek e Montreal fora de Itália. A expectativa é grande, porque os milhões da Champions não são os da Liga Europa
Dúvida tática por causa de Dzeko. No ano passado, o Roma encontrou a sua forma ideal sem Dzeko, num 4-2-4, em que o quarto atacante era Nainggolan, que se chegava à frente para ajudar o falso nove Salah, com Perotti e El Shaarawy a jogarem por forma. Mas, nesta pré-temporada, Dzeko voltou a ser decisivo, como era no Wolfsburgo e Manchester City e, por isso, Spalletti está a tentar o 4-3-3 e 4-2-3-1, esperando para recuperar uma defesa a três, outra ideia na qual os giallorossi estão a trabalhar. O Roma muitas vezes muda de forma e padrão. Perdeu Pjanic (vendido para a Juventus), mas recuperou Strootman, que vem duas temporadas sem jogar por lesão. No Porto, Spalletti vai certamente jogar com Florenzi, Manolas, Vermaelen e Juan Jesus na defesa, depois as dúvidas: ou Strootman, De Rossi e Nainggolan no meio campo, com Salah, Perotti e El Shaarawy na frente, ou o 4x2x3x1 em que um médio sai para jogar Dzeko.
Nainggolan é figura, Perotti desequilibra. Na baliza está outra das dúvidas do treinador. O Roma contratou Alisson no Brasil, mas quis, a todos o custo, um novo empréstimo de Szczesny. O polaco é, em teoria, o titular, mas só treina há uma semana e não está a 100%. Se há quem tenha estado no Europeu e já está muito bem é Nainggolan, cobiçado pelo Chelsea no verão. É ele o ponto de equilíbrio da equipa. Já Perotti é o desequilíbrio. Muito forte no 1x1, é ele quem cria a superioridade numérica no ataque. Florenzi, outro que esteve no Euro"2016, será o lateral-direito, mas nem na época passada ele se mostrou muito convencido. Como Bruno Peres está para chegar, provavelmente Spaletti permitirá a Florenzi jogar no meio-campo ou ataque. Mas isso ainda não é para já.