Avançada do Futebol Benfica não jogava futebol de onze há dois anos e sete meses
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Decidiu afastar-se do futebol de onze e agora o regresso fez-se pleno de glória. Titular no Futebol Benfica-Albergaria que o emblema da capital venceu por 3-0 no arranque da liga de futebol feminino, Joana Flores marcou e conversou com O JOGO a esse propósito.
"Foi um regresso muito melhor do que esperava. Em dois anos e sete meses, muitas coisas se perderam psicológica e fisicamente. Mas uma das coisas mais importantes foi sempre o apoio das colegas, equipa técnica, todas as pessoas queridas do Fofó. Toda a gente me deu apoio e confiança para continuar e lutar, não desistir do que tinha ambicionado esta época", diz a avançada, de regresso ao clube onde foi campeã nacional.
"Tinha saudades de marcar e para mim foi reviver memórias de outras épocas muito felizes. Essas memórias são uma aprendizagem para retificar os erros do passado. Considero que é uma segunda oportunidade para melhorar as falhas e o que tinha mais dificuldades. Este grupo tem muita juventude e outras atletas mais experientes, mas pensei que com essas pessoas novas, o grupo iria perder-se, mas isso não aconteceu. A essência do Fofó está sempre presente", sublinha a jogadora açoriana.
No domingo, Joana Flores, que costumava jogar mais sobre a ala ofensiva, formou dupla atacante com Bárbara Marques. Houve mobilidade na frente, algo que requer aquisição de rotinas pela mudança tática operada pela treinadora Madalena Gala de 4x3x3 para 4x4x2. "Quando a equipa técnica nos transmitiu que iríamos mudar de processos e dinâmicas, fiquei surpreendida, porque estava habituada a jogar em 4x3x3, a forma mais simples de jogar e o chip custa a mudar. Mas tivemos a pré-época toda para treinar e trabalhar movimentos. Individualmente, na frente também posso abrir na ala e cruzar, que é o que gosto de fazer. Gosto de assistir", explica a agente da PSP, que pela primeira vez jogou com Edite Fernandes, melhor marcadora da história da Seleção e que curiosamente também voltou aos relvados.
"Nunca tinha jogado com a Edite e mais um dos motivos para voltar foi jogar com a Edite, uma referência a nível nacional e que jogou no estrangeiro. É uma mais valia, traz sempre dinâmica ao jogo e qualquer adversário não deve gostar de defrontá-la", acrescentou. Lançada no início da segunda parte, Edite, 39 anos, mexeu com o jogo e também faturou, um regresso aos golos no primeiro jogo oficial desde a grave lesão que a afastou dos relvados em dezembro do ano passado.
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