António Sousa ganhou a Taça de Portugal com o filho na equipa. Agora vê de fora o trajeto do treinador
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Há mais um Sousa (treinador) a fazer sensação na Taça de Portugal. António ganhou o troféu em 1998/99, pelo Beira-Mar, na altura com um golo na final apontado pelo filho, Ricardo, hoje líder de um Mafra que nunca tinha ido tão longe na prova rainha. Em pleno dia de consoada, o campeão europeu pelo FC Porto em 1987 vê com "grande orgulho" o trajeto do filho. "Está a fazer um trabalho excelente, pelo que tenho acompanhado essencialmente à distância. Não tenho a menor dúvida que terá um futuro enorme à espera pela qualidade que as equipas dele apresentam nos jogos", vaticina.
Moreirense ficou para trás na prova rainha de forma "clara e inequívoca", à boleia de uma "qualidade de jogo" que o técnico apresenta seja qual for o adversário. O pai perspetiva-lhe "um futuro enorme"
Ter conseguido tombar o Moreirense, da Liga Bwin, com dois golos à mistura quando estava reduzido a dez elementos é, para António Sousa, uma prova do ADN das equipas de Ricardo. "Não tem medo de nada nem de ninguém. Procura sempre manter as ideias e não se amedronta nem muda de estratégia se está a jogar com um pequeno ou um grande. Isto motiva o grupo de trabalho", assegura. "Está a criar um grupo fortíssimo da forma como vejo os jogadores a trabalhar. Merece estar onde está e passou de forma clara e inequívoca a eliminatória [da Taça]", completa.
"Quem sente as coisas, vive intensamente o lado positivo das mesmas. Neste momento, o sofrimento é muito maior, é bom, é positivo"
Vindo de seis temporadas no Campeonato de Portugal, Ricardo Sousa está a ganhar a projeção "que merecia". "Está a fazer um campeonato acima das expectativas. Quando as pessoas têm ao dispor um plantel que lhes dá garantias, torna-se muito melhor para as ideias que o treinador pretende incutir", comenta.
Afastado da carreira de técnico, António Sousa vive com fervor a carreira d o filho. E o salto para os profissionais contribuiu par a aumentar esse nervosismo em dias de jogo. "Quem sente as coisas, vive intensamente o lado positivo das mesmas. Neste momento, o sofrimento é muito maior, é bom, é positivo, e a mentalidade é sempre a mesma, a de o acompanhar incondicionalmente", conclui o técnico retirado.