
Bruno Fernandes, capitão do Sporting, no tribunal do Montijo
Álvaro Isidoro / Global Imagens
O capitão do Sporting, Bruno Fernandes, é ouvido esta terça-feira por videoconferência em mais uma sessão do julgamento do processo do ataque à Academia de Alcochete.
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Bruno Fernandes, capitão do Sporting, descreve esta terça-feira, através de videoconferência, os momentos vividos no dia do ataque à Academia dos leões, a 15 de maio de 2018.
"Estava no balneário e apercebi-me de barulho nas portas e gritos. Não me apercebi o que diziam. Estávamos praticamente todos os jogadores. Acredito que cerca de 24, 25, mais a equipa técnica. Só o mister Jorge Jesus é que não estava", começou por dizer.
"Vi-os entrar. Cerca de 20, 25. Foram entrando gradualmente. A porta do balneário estava semiaberta. O nosso team manager [Vasco Fernandes, que é secretário técnico] estava a tentar fechá-la. Não conseguiu porque chegaram os adeptos e não deu tempo. Eu não estava ao lado da porta. Eles vinham de rosto tapado", recordou o capitão leonino.
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"Foram diretos ao Rui Patrício e William, que estavam mesmo ao meu lado, depois seguiram em direção ao Acuña e Battaglia. Principalmente a estes dois últimos. O segurança, o Ricardo Gonçalves estava a tentar segurá-los, mas eram muitos. Gritavam por estes nomes. O William e o Rui vieram tentar pará-los à porta. Eu e o Coates também tentámos impedir e quando olhei para o lado estava outro a agredir o William. Disseram: 'vocês não merecem essa camisola, tirem essa camisola filhos da p...'. Um deu um soco nas costas do William", salientou.
"Vi o Acuña a tentar defender-se, mas levou uma chapada, socos e pontapés. Há um que tira o garrafão da água e atira-o ao Battaglia. Atingiu-o no braço. Vi também a bolsa de higiene a acertar no fisioterapeuta Ludovico", prosseguiu. "Todos se dirigiram aos jogadores", disse ainda Bruno Fernandes: "Enquanto entravam, ouvia: 'vamos matar-vos, Acuña e Battaglia, vamos apanhar-vos. Não ganhem no domingo e vão ver o que vos acontece'", lembrou.
