Olheiro do Sporting fala de Amorim e de como o "big data" ajudou a contratar St. Juste
Pedro Brandão, scout leonino, congratula-se pela atenção que o clube dá aos observadores e também ao departamento de "big data"
Pedro Brandão, olheiro do Sporting, revelou alguns segredos da forma de trabalhar dos leões antes de uma contratação, em declarações no World Scouting Congress que está a decorrer no Porto.
"Sim, Amorim está aberto a discussão. É muito gratificante ter um treinador que se senta e nos pede opinião. E o contrário também acontece. Com esta partilha, cimentamos conhecimento e percebemos melhor o que ele quer. É muito importante para construirmos uma relação de confiança e para estarmos identificados com as ideias dele. Ao mesmo tempo, há também uma maior recetividade da parte do treinador quando falamos de um determinado jogador. Já trabalhei com várias equipas técnicas e este é o cenário ideal. O scouting não toma decisões finais, mas dá as soluções a quem pode decidir", começou por dizer Pedro Brandão.
O scout dos leões falou ainda da ligação com o departamento de "big data" que analisa dados estatísticos e números dos atletas, comentando implicitamente a contratação de St. Juste: "No Sporting temos um departamento de 'big data' a funcionar em sintonia com o scouting e a equipa técnica. Já nos aconteceu encontrar jogadores que são fortes num determinado ponto. Pela forma de jogar, o Sporting vai estar muito tempo longe da sua baliza, há muito espaço para correr para trás. Por isso contratámos um central rapidíssimo. Os dados são objetivos e não mentem. Se um jogador se destaca numa componente fundamental para o nosso jogo, se calhar abordamos esse primeiro. Mas atenção que os dados não são a chave de ouro, precisam de enquadramento. Isto não é o FM [Football Manager, jogo de estratégia de futebol]. Ninguém pega no rato e vê cinco variáveis. Isto não existe. O enquadramento é fundamental, pois isto não é matemática".