Chegou a Alvalade por 250 mil euros como alternativa a Viviano. Esperou pela sua oportunidade, que surgiu após a lesão de Salin. Foi herói ao defender três penáltis que valeram a final da Taça da Liga em Braga
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Renan é jogador do Sporting até junho de 2023, tendo uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros. Segundo O JOGO apurou, o guardião brasileiro e a SAD liderada por Frederico Varandas formalizaram o novo vínculo, isto depois de a mesma ter demonstrado junto do Estoril que iria exercer a opção de compra que detinha no seguimento da cedência por empréstimo até ao final da presente temporada. Os leões, convencidos pelas exibições do brasileiro de 28 anos, avançaram para a contratação em definitivo do atleta, desembolsando o que estava contratualizado, ou seja, um milhão de euros, isto depois de terem sido pagos 250 mil euros para que se transferisse para Alvalade.
A decisão dos dirigentes leoninos, devidamente avalizada pelo técnico holandês Marcel Keizer, surge depois de Renan ter agarrado com firmeza a baliza verde e branca, que ficou órfã de Rui Patrício. Aliás, a contratação de Renan, pedida pelo anterior técnico José Peseiro, surgiu com o intuito de dotar o plantel verde e branco de uma alternativa à altura daquele que se previa como sendo o titular na presente temporada: Viviano. O internacional italiano não vingou em Alvalade, mudou-se por empréstimo para o SPAL, mas o primeiro na linha de sucessão foi Salin (ver peça à parte), que acabou por lesionar-se em Portimão e desde 7 de outubro, quando assumiu o posto, nunca mais saiu, isto tirando os duelos em que Keizer promoveu rotatividade no sector. Diga-se, igualmente, que as boas exibições de Renan ao serviço do Sporting não passaram despercebidas ao Arsenal, rival do emblema de Alvalade na fase de grupos da Liga Europa. De tal forma que os gunners quiseram saber informalmente como estava a situação contratual do guardião, deixando claro que, pelo menos, este seria monitorizado. Certo é que Renan, salvo qualquer mudança de planos, manter-se-á como titular no clássico de amanhã, depois de surpreendentemente ter atuado frente ao Braga, uma vez que tudo apontava para que Keizer concedesse a baliza ao suplente Salin. A aposta acabou por compensar, pois Renan defendeu três das quatro grandes penalidades desperdiçadas pelos bracarenses, assumindo-se como herói na qualificação leonina para a final da prova.
Guardião assinou contrato válido por quatro anos e meio a troco de um milhão de euros
"Renan quer melhorar sempre, estuda a sua posição"
Leandro Franco, treinador de guarda-redes do Cruzeiro, que orientou Renan quando este surgiu ainda nos sub-15 do Botafogo de Ribeirão Preto, a par de outros nomes de peso no lugar a nível brasileiro como Diego Alves, Doni ou Fábio, deixou a O JOGO rasgados elogios à "vontade incessante" do guardião em "aprender e melhorar o seu posicionamento na baliza". Os dois mantêm um contacto regular, ainda ontem falaram sobre o jogo de Braga e trocaram impressões e conselhos, habitualmente solicitados pelo camisola 40 dos leões. "Formou-se comigo! Foi sempre um guarda-redes muito dedicado, acima da média. O que chamava muito à atenção no Renan, até hoje, é sua procura de ser melhor. Quer aprender sempre muito, estuda a sua posição, cobra muito e trabalha para bater os seus próprios limites. Quer superar-se", asseverou.
A capacidade e eficácia de Renan para defender grandes penalidades não é desconhecida para Leandro Franco. "Na carreira dele treinou sempre a defesa de grandes penalidades, sempre foi um bom "pegador", mas não teve muitas disputas como teve em Braga, para que o resultado tivesse sido decidido dessa forma. Demonstrou que é um ótimo guarda-redes e defensor de grandes penalidades", disse, analisando os pontos fortes e os que tem de melhorar: "É muito rápido e concentrado no jogo. Coisas a melhorar? Tem de jogar! É um guarda-redes experiente, mas que tem de jogar cada vez mais. Começou agora a jogar pelo Sporting."
Difícil é, segundo o antigo treinador e conselheiro de Renan, chegar à seleção brasileira. "O Brasil tem grandes guarda-redes, o Alisson, Ederson... Mas o futebol é momento, está num grande clube, já desperta interesse de outros clubes. Se Renan estiver bem e o Sporting também, nunca se sabe. Com o tempo, chegar à seleção pode ser um processo natural", concluiu.