
De energia inesgotável quando jogador, Oceano Cruz, há três anos na pele de treinador, tem toda uma vida quase exclusivamente dedicada ao futebol, grande parte dela ao Sporting.
Descoberto por Pedro Gomes quando evoluía na segunda divisão pelo Nacional da Madeira, o médio de proveniência cabo-verdiana - nasceu em São Vicente a 29 de julho de 1962, há 50 anos - cedo impressionou pelo vigor físico, qualidade com a qual compensava limitações no plano técnico. Em 18 anos como profissional de futebol, 13 foram a servir a causa leonina, envergando a braçadeira de capitão entre 1994 e 1998. A passagem como atleta pelo clube de Alvalade coincidiu com um período de quase total ausência de títulos - ergueu a Taça de Portugal em 1994/95, a que juntou duas Supertaças, nunca chegando a sagrar-se campeão nacional. Entre 1991/92 e 1993/94, alinhou na Real Sociedad ao lado de Carlos Xavier, com quem fez o caminho de ida e volta entre Alvalade e San Sebastián. Por esta altura já era internacional A e representou Portugal no Europeu de 1996.
Penduradas as chuteiras, dedicou-se a atividades extra futebol - envolveu-se na moda e representou a marca Tavar, sendo público o seu relacionamento com a atriz Marina Mota, de quem se separou entretanto. A sua presença em Alvalade nunca deixou de ser assídua, mas em outubro de 2005, quando Paulo Bento rendeu José Peseiro, declinou o convite para ser adjunto. Em 2009, o chamamento do então selecionador Carlos Queiroz teve a força suficiente para fazer Oceano abraçar enfim a carreira de técnico. Foi responsável principal pelos sub-21 e adjunto dos sub-20 entre 2009 e 2010. Também chamado de emergência, coadjuvou Couceiro na parte final da época 2010/11 no Sporting; foi adjunto de José Dominguez no Leiria e retornou no último verão para comandar a equipa B. Sá Pinto caiu e Oceano chega ao topo... por um jogo.
