"Ainda hoje se fala na Taça Lucílio, na Taça Benfica..."

"Ainda hoje se fala na Taça Lucílio, na Taça Benfica..."
Bruno Fernandes

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A figura da última final da Taça da Liga em que o Sporting participou (2009) não esquece a bola no braço... que afinal bateu no peito. Hoje e com o VAR, diz, tudo seria diferente.

Estádio Algarve, 21 de março de 2009. Ao minuto 73 do Sporting-Benfica, a segunda final da história da Taça da Liga, Quim, então guardião das águias, levantou um pontapé de baliza, David Suazo tropeçou em Rochemback e a bola acaba à entrada da área dos leões. Após Daniel Carriço abordar mal o lance e deixar Di María sozinho, aparece Pedro Silva, que domina a bola com o peito. Só que por indicação do seu segundo assistente, Pais António, Lucílio Baptista assinala penálti - concluíram que o esférico teria batido no braço esquerdo do defesa. Não havia VAR...

O Sporting vencia por 1-0, Reyes deixou tudo igual dos 11 metros e na decisão pela mesma marca, venceu o Benfica (3-2). Nove anos depois, O JOGO falou com o antigo lateral-direito: nunca mais vai esquecer esse dia, apesar de a mágoa se estar a diluir com o passar do tempo.

"Não ouvi o Lucílio a apitar. Só percebi quando ele apontou para a marca de penálti e vi os adeptos do Benfica a festejar... Na altura, disse-me que assinalou falta porque o fiscal de linha [refere-se a Pais António] lhe disse que tinha a certeza de que a bola tinha batido no braço e que, na dúvida, era obrigado a marcar", lembrou o antigo defesa, hoje um dos impulsionadores da primeira Escola Academia Sporting no Brasil, em parceria com outro ex-leão, Carlos Saleiro (ver peça).

Mas vamos lá saber, voltou Pedro Silva a encontrar Lucílio? "Sim. Anos mais tarde, era eu adjunto do Portimonense, cruzámo-nos no estádio do Atlético, já ele se tinha retirado. Falámos, mostrei-lhe o meu ressentimento, mas ele pediu-me desculpa. Aproveitei para lhe dizer que cometeu um erro que às vezes custam épocas. Mas já lá vai...", prosseguiu, garantindo depois que hoje a história que fomos buscar ao baú dos pesadelos poderia ser totalmente diferente. Porquê? "Pelo videoárbitro. Hoje de certeza que o Lucílio tinha voltado atrás com a sua decisão. É uma ferramenta que veio credibilizar o futebol e no jogo com o FC Porto viu-se, ao anularem o golo ao Soares. A Taça da Liga ficou descredibilizada depois dessa final. Ainda hoje se fala na Taça Lucílio, na Taça Benfica... Passou a ser uma competição para rodar jogadores. Nós, no Portimonense, víamos dessa forma: em 2015/16 até vencemos o Sporting, mas o que queríamos era dar minutos aos menos utilizados. Mas hoje, com esta ajuda, tudo vai mudar. Não tenho dúvida!"