Testes antes do regresso, a meio e a anteceder a competição. Equipa B deslocada para a zona da formação para que os três campos principais do Olival e estrutura de apoio fiquem para a equipa A.
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O FC Porto tem previsto o regresso aos treinos para dia 4 de maio, embora essa data não esteja fechada e possa sofrer um ou outro acerto em função da evolução da pandemia, nomeadamente do levantamento do estado de emergência.
Posto isto, a equipa técnica acredita que esse será o dia da retoma, embora admita poder antecipá-lo, se a Liga entretanto antecipar datas para o campeonato, ou adiá-lo, se as medidas de contenção não forem levantadas.
Nada é, no entanto, provável. O mais relevante é que o início de maio marcará mesmo o reinício dos trabalhos portistas e que o plano para isso suceder está fechado entre equipa A e equipa B, os dois plantéis da estrutura que ainda vão ter competição. Do ponto de vista sanitário, o modelo é, em tudo, idêntico ao que anteontem foi normalizado pela Liga. Mas há normas específicas que têm que ver com a estrutura do centro de treinos do Olival. Por exemplo, a equipa B vai deixar pontualmente os balneários e campos em que costuma treinar e mudar-se para a zona da formação e para o miniestádio. Assim, os campos de treino principais, e toda a estrutura de apoio a esses, ficam exclusivos para a equipa principal. São três relvados, dois balneários muito grandes e várias salas de apoio, que também podem ser moldadas à forma que as regras mais aconselhem. O próprio departamento médico irá proceder à adaptação das instalações de diagnóstico e tratamento de lesões, com espaços maiores, marquesas mais separadas e, eventualmente, até com algumas estruturas ao ar livre. É muito provável ainda que o trabalho de ginásio seja também feito na rua, pelo menos o possível, e sempre que o tempo ajudar. Os jogadores devem chegar ao Centro de Treinos devidamente equipamentos e, provavelmente, irão tomar banho a casa.
Se, do ponto de vista clínico, as mudanças correspondem à norma que o médico portista, Nélson Puga, ajudou a estruturar em conjunto com outros médicos na Liga de Clubes, já a questão mais técnica diz respeito à organização de Sérgio Conceição. O FC Porto, ao contrário de outras equipas, não foi de férias, e isso ajudou a que os níveis físicos se mantivessem altos e a equipa preparada para voltar ao relvado sem ter de recomeçar. Todos acreditam que é necessário um regresso progressivo e nos primeiros dias de trabalho serão proibidos os contactos próximos entre jogadores. O trabalho será, por isso, essencialmente físico. Segue-se a vertente técnica e só mais tarde a tática. Conceição ficou muito agradado com o trabalho e empenho dos jogadores na quarentena e os índices recolhidos sustentam a opinião de que a equipa não precisará de mais de 20 dias para voltar a estar a 100% e pronta para jogar. E isso porque quem esteve a trabalhar conseguirá rapidamente voltar ao ponto onde estava. Houve alguns ajustes ao longo das semanas, mas a intensidade foi muito satisfatória. Além do mais, há a crença de que os automatismos não se perderam e que os jogadores mantêm enraizada a matriz de jogo que os guiou ao primeiro lugar. A equipa técnica não parou e até o estudo de movimentos e comportamentos fez parte da sebenta de trabalhos para casa, como O JOGO já tinha contado. Houve inúmeras reuniões por videoconferência e ninguém abrandou, apesar de forçados a ficar em casa.
Três testes até ao primeiro jogo
Todos os profissionais do clube serão testados no regresso ao Olival. A segunda fase de testes acontecerá antes de o contacto entre jogadores voltar a ser possível. Depois, o terceiro e último despiste antes da competição acontecerá a 48 horas do primeiro jogo. Este ensaio final manter-se-á sempre que a equipa jogar. Nesta bateria de testes estão incluídos o despiste à covid-19, bem como os testes imunológicos a cada indivíduo. Entre as medidas de contenção previstas estão ainda o uso de máscaras por todos os que não tiverem de treinar.
Outras regras
Grupos muito reduzidos e vários horários de treino
A equipa B foi avisada de que vai começar a treinar em grupos de quatro a cinco jogadores e separada por vários horários de treino. Como a equipa A tem mais relvados, é possível que os grupos sejam mais curtos.
As mesmas caras durante um bom período
Os grupos devem manter-se fixos na primeira fase, para que a rede de contactos seja o mais reduzida possível. Não se sabe ainda, mas os próprios treinadores podem ser divididos e alocados a grupos diferentes.
Alerta à segurança passa pelas restrições familiares
Nélson Puga já o explicou: os jogadores devem manter regras em casa mesmo após o regresso e continuar com o maior distanciamento social possível. O clube continuará a ajudar nas respetivas casas.