O Presidente da Ucrânia anunciou esta segunda-feira que vai deslocar-se ainda esta semana, provavelmente sexta-feira, para Washington para se reunir com o homólogo norte-americano, Donald Trump
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"Vou encontrar-me com o Presidente Trump em Washington esta semana", disse Volodymyr Zelensky, numa conferência de imprensa em Kiev, ladeado pela chefe de política externa da UE, Kaja Kallas.
"Precisamos de discutir uma sequência de medidas que pretendo propor ao Presidente", acrescentou, sem adiantar mais pormenores, limitando-se a precisar que, além do encontro com Trump, terá também "outras reuniões" com responsáveis norte-americanos, mencionando, em particular, encontros com representantes de "empresas de armamento" e com membros do Congresso.
"O principal tema será a defesa antiaérea, mas terei também reuniões com empresas do setor da energia", prosseguiu.
Esta manhã (hora local), numa publicação na rede social Facebook, Zelensky afirmou que o cessar-fogo mediado por Trump em Gaza deu "mais esperança de paz" à Ucrânia, onde o Presidente norte-americano também pretende desempenhar idêntico papel com Moscovo.
"Quando a paz é alcançada numa parte do mundo, ela traz mais esperança de paz a outras regiões. A liderança e a determinação de atores globais certamente podem funcionar para nós também na Ucrânia", afirmou Zelensky.
Nesse sentido, congratulou-se por o homólogo norte-americano ter conseguido obter o cessar-fogo em Gaza, bem como a libertação de reféns israelitas detidos pelo Hamas e dos prisioneiros palestinianos nas cadeias de Israel e ainda a entrada de ajuda humanitária no enclave.
Zelensky elogiou "a liderança e a determinação" também de Trump para alcançar esse objetivo e reiterou a posição que já manifestara no fim de semana, depois de ter falado duas vezes, por telefone, com o Presidente dos Estados Unidos, sublinhando que espera que a ação diplomática da Casa Branca possa também trazer a paz à Ucrânia.
"Estamos a trabalhar para que o dia da paz chegue também para a Ucrânia", escreveu Zelensky nas redes sociais, sublinhando ainda que a "agressão russa é a última fonte global de desestabilização".
Também hoje, e num discurso por videoconferência perante a Assembleia Parlamentar da NATO, reunida na Eslovénia, Zelensky destacou os mais recentes avanços alcançados pelo Exército ucraniano nas zonas da frente em que as tropas de Kiev conseguiram recuperar a iniciativa e realizar contra-ataques e pediu mais apoio para defesa aérea.
"Os nossos resultados são possíveis porque já não temos o grande défice em armamento convencional que tínhamos antes", afirmou o Presidente ucraniano, sem adiantar pormenores.
Zelensky acrescentou que a Ucrânia está a aumentar a produção de armamento para suprir as carências que ainda persistem nas Forças Armadas.
No fim de semana, Zelensky afirmou que o exército ucraniano conseguiu avançar três quilómetros nas proximidades da localidade de Orikhiv, na frente de Zaporijia.
Anteriormente, o chefe do Exército ucraniano tinha informado da recuperação, nas últimas semanas, de cerca de 180 quilómetros quadrados pelas tropas ucranianas no sector de Dobropilia, na região de Donetsk.
O Presidente ucraniano sublinhou a importância de os fundos prometidos para a compra de mais armamento aos Estados Unidos, e ainda não entregues por alguns países, chegarem com urgência.
Zelensky pediu a mais governos para que se juntem à iniciativa de aquisição de material militar a empresas norte-americanas.
"Os sistemas "Patriot", "NASAMS", "SAMP/T" e outros são absolutamente vitais", afirmou Zelensky, referindo-se a estas tecnologias de defesa antiaérea que Kiev necessita para intercetar os mísseis russos que destroem centrais elétricas e infraestruturas de gás.