O Teatro da Rainha estreia em outubro "O Filho", a nova criação da companhia das Caldas da Rainha que, até final do ano, acolherá "contos contados" e levará aos Açores e a Moçambique oficinas de formação.
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Com estreia marcada para 11 de outubro, "O Filho" será a primeira obra de Jon Fosse que o Teatro da Rainha levará à cena na Sala Estúdio da Companhia que se assume como "a primeira em Portugal a apresentar este texto do dramaturgo norueguês".
Uma peça, segundo o encenador, Fernando Mora Ramos, "sobre o isolamento extremo".
Por um lado, porque a história "acontece nos confins de um fiorde, no interior norueguês em pleno inverno", divulgou a companhia, e, por outro, porque aborda "o isolamento que a idade traz".
A solidão de um casal "já de uma certa idade", vivendo quase sem vizinhos e na ânsia do regresso do único filho é o fio condutor da história com tradução de Isabel Lopes e Fernando Mora Ramos, encenação de Fernando Mora Ramos, cenografia de José Carlos Faria, desenho de som de Francisco Leal e interpretação de Isabel Lopes, António Parra, Carlos Borges e Fernando Mora Ramos.
A peça ficará em cena até ao dia 10 de novembro, de quarta a sábado, às 21:30 e durante a semana com sessões previstas para escolas.
Da temporada do Teatro da Rainha fazem ainda parte, até ao final do ano, o acolhimento de dois projetos.
No dia 24 de novembro, a companhia acolhe na sua Sala Estúdio o espetáculo "Do princípio ao fim", de Eduardo de Fillipo, pelo Teatro das Beiras, da Covilhã.
O espetáculo é construído a partir da revisitação ao acervo dramatúrgico de Eduardo De Filippo, e está estruturado num guião que aborda os géneros comuns ao teatro musical e dramático de grande expressão popular nos teatros de bairro e cafés-teatro na Europa do pós-guerra.
Nos dias 04, 05 e 06 de dezembro, será a vez de "Contos contados com som", da Miso Music Portugal.
Com sessões para as escolas, o projeto destina-se ao desenvolvimento de novos públicos e, segundo o Teatro da Rainha, "pretende abordar com as crianças as novas linguagens narrativas e musicais nomeadamente o conto enquanto narrativa em interação com a música e as novas tecnologias".
No capítulo da formação, a companhia dirigirá, com o ator Carlos Borges, uma oficina de expressão dramática e corporal na Terceira, nos Açores, entre os dias 19 de novembro e 07 de dezembro.
De 26 de novembro a 09 de dezembro, uma equipa do Teatro da Rainha deslocar-se-á também a Moçambique, para em parceria com a Universidade Eduardo Mondlane, de Maputo, desenvolver duas oficinas de teatro.
A fechar o ano a companhia realizará, no dia 15 de dezembro, o Colóquio "Teatro, espaço vazio e democracia".
Trata-se da segunda edição de um encontro que pretende ser "um momento de reflexão acerca da condição artística do teatro e do seu papel social como serviço público", refere um comunicado da companhia.
Este ano, a sessão contará com a participação do professor João Bonifácio Serra, do poeta Henrique Manuel Bento Fialho, do filósofo José Gil, do arquiteto Nuno Lopes, e a nível internacional dos professores Joseph Danan e Jean Pierre Ryngaert.
Até lá, às terceiras terças-feiras de cada mês há poesia no Teatro da Rainha, no âmbito do ciclo "Diga 33".