Aníbal Pinto, arguido, assim como Rui Pinto, falou esta sexta-feira em tribunal. A alegada tentativa de extorsão à Doyen foi explicada.
Corpo do artigo
Aníbal Pinto é, a par de Rui Pinto, arguido no que diz respeito ao caso de alegada extorsão à empresa Doyen. Esta sexta-feira, na primeira sessão de julgamento, o advogado garantiu estar inocente.
"Sei o que aconteceu com a Doyen e o imbróglio que tinha com o Sporting na Suíça. Fui enganado, armadilhado por um advogado [Pedro Henriques] neste processo. Quando fui ter com o Nélio [Lucas], da Doyen, percebi que não tinha ar de teso, pensei 'tens aqui freguês', deveria dar lucro. Quando o Rui Pinto me pediu para o ajudar a fazer o tal contrato de prestação de serviços, pedi-lhe 25 mil euros por ano, o que dá 1800 euros a um técnico de informática. Pareceu-me um valor perfeitamente ajustado, porque pago 1500 ao meu e é pouco. Quando estive com o Nélio, perguntou-me se o meu cliente conseguia entrar nos servidores da Federação Portuguesa de Futebol. Eu respondi que não sabia se ele conseguia ou não, nunca o tinha visto à frente do computador e não sabia se tinha atacado os servidores. O que estava em cima da mesa era um contrato de prestação de serviços. Não sabia o que era a Doyen nem sabia do processo que havia na Suíça. O Nélio pediu-me garantias num contrato de confidencialidade e uma clausula de 100 mil euros para o caso de Rui Pinto falar sobre a situação", disse em tribunal.
12612315
"Estive com o Rui Pinto duas vezes, quase 10 minutos em cada, não ia ficar com 300 mil euros, que fique bem claro, não ia ficar com esse valor em honorários. Passados quatro anos, basicamente acrescentaram factos para convencer que eu ficasse arguido neste processo. A Doyen lembrou-se disso quatro anos depois. O sr. Nélio ficou ofendido porque, na altura, eu não podia revelar o nome por uma questão de sigilo. O contrato de prestação de serviço de 1800 euros por mês ficou feito. Nunca falei em milhões. O Nélio tinha sido atacado várias vezes e não lhe convinha que os contratos, como de Jorge Jesus e do Mangala, fossem públicos. Ofereceu um milhão de euros para saber o nome de Rui Pinto. Pensaram, inclusivamente, que na altura eu era o hacker. Eu disse que era sério, que não aceitava e que não cometia ilegalidades. Nem um milhão, nem cem milhões. Sou sério", garantiu Aníbal Pinto