Viena, 02 jul 2019 (Lusa) -- O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) assegurou hoje que as mobilizações de jovens contra a crise climática "não são científicas", mas "baseadas numa narrativa falsa", e constituem uma ameaça para a indústria petrolífera.
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"Há uma crescente mobilização de massas [...] contra o petróleo". Estas são "totalmente não científicas" e a sociedade civil está a ser convencida "de que o petróleo é a causa do grave impacto das alterações climáticas", defendeu Mohamed Barkindo, citado pela agência EFE, numa conferência de imprensa, em Viena, após o encontro desta organização.
Para o responsável da OPEP, estes movimentos constituem uma "falsa narrativa" sobre as implicações do consumo de combustíveis fósseis para a crise climática, o que constituí uma ameaça, a médio prazo, para a indústria petrolífera.
"Temos visto nesta primavera e verão, em diferentes capitais europeias, jovens que foram mobilizados para as manifestações [...], fazendo uma campanha contra a nossa indústria e contra o petróleo", notou.
Apesar de reconhecer que as alterações climáticas são um grave problema, o secretário-geral da OPEP defendeu ainda que a indústria petrolífera pode ser "parte da solução".
Durante o encontro de hoje, a Rússia e outros nove produtores aliados da OPEP aderiram à decisão da organização de manter até 31 de março de 2020 o corte da oferta de petróleo que esteve em vigor no primeiro semestre.
Decidiu-se prolongar o acordo de corte "por nove meses, afirmou o ministro do Petróleo da Venezuela, Manuel Quevedo, no final da sexta reunião ministerial da OPEP+ (24 países da OPEP e 10 aliados desde 2016 liderados pela Rússia).
A decisão dos 24 países surge depois de a Arábia Saudita, o maior produtor da OPEP, e a Rússia, maior produtor do grupo de aliados, terem alcançado um acordo prévio no sábado no Japão.