Lançador de alertas ou denunciante para uns, "hacker" para outros, Rui Pinto provocou um "abalo sísmico" no espaço público e na justiça portuguesa (e não só) ao proporcionar a divulgação de uma série de procedimentos ilegais, com maior ou menor gravidade, que até então não eram conhecidos.
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Atualmente em julgamento por estar acusado de um total de 90 crimes, Rui Pinto pode vir a pagar um preço alto pelas ousadias cometidas. No entender de Paulo de Morais, professor universitário que esta tarde esteve a depor, o arguido não deveria ser punido pelos atos que cometeu.
"O Rui Pinto ouviu barulho, entrou na casa, garantiu a segurança da família, chamou a polícia e no fim acaba por ser acusado de entrar na casa sem tocar à campainha", declarou Paulo de Morais, na 42.ª sessão do julgamento do Football Leaks, no Juízo Central Criminal, ao Campus de Justiça, em Lisboa.
Questionado depois pela advogada de acusação Sofia Ribeiro Branco, representante da Doyen, se Paulo de Morais seria capaz de arrombar ilegalmente as fechaduras todas de uma rua para saber se alguma casa estava a ser assaltada, este respondeu: "Se no andar onde eu moro ouvisse barulho, sim, eu iria bater às portas para saber se estava tudo bem."