Um livro por dia >> No fundo, esta é a história do futebol dos anos 1950 à atualidade, a partir das viagens de um pai e de um filho que só a bola unia.
Corpo do artigo
Autor premiado, escritor de corpo inteiro e ex-jornalista, Duncan Hamilton assinou esta obra autobiográfica em 2012, um livro imperdível sobre como um pai e um filho tiveram no futebol o seu único elo de ligação, entre uma onda de amor mútuo nunca exprimida. O futebol falou sempre por eles e era a única via de diálogo. Aqui, o amor pelo jogo conta a saga do Newcastle de Jackie Milburn, do Manchester United dos Busby Babes, do Liverpool de Shankly, do Tottenham de Bill Nicholson e, claro, do Forest de Brian Clough, que Hamilton, como jornalista, conheceu como poucos. Tudo escrito por um antigo homem de jornais viajado, mas a partir do seu olhar de menino impressionável.
Oriundo de uma família de Newcastle upon Tyne, com raízes escocesas - como era habitual naquela zona do nordeste inglês -, Duncan era um menino gago, tímido e fanático por futebol. A relação com o pai, um mineiro impenetrável que só exprimia emoções quando falava do jogo bonito, é o pano de fundo de todo o livro, sublimemente escrito e a pedir (como tantos outros excelentes livros sobre futebol...) a devida tradução para português. Pese o amor ardente de pai e filho pelos magpies, isso nunca os impediu de se maravilharem com as proezas alheias, com Duncan a chegar a ter um desvio sentimental pelo Leeds United, que o pai não admitiu por detestar o estilo duro da equipa de caras-sujas de Don Revie.
No fundo, esta é a história do futebol dos anos 1950 à atualidade, a partir das viagens de um pai e de um filho que só a bola unia.