Desde que o Reino Unido reportou o primeiro caso confirmado de infeção com o vírus Monkeypox em 7 de maio, a Organização Mundial de Saúde recebeu 257 notificações de casos confirmados distribuídos por 23 países, entre os quais Portugal que totaliza 96 casos.
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Pelo menos dois dos 96 doentes com Monkeypox em Portugal tiveram necessidade de internamento, mas já tiveram alta, disseram à Lusa infeciologistas, adiantando que todos os casos confirmados até agora tiveram uma evolução favorável.
Desde que o Reino Unido reportou o primeiro caso confirmado de infeção com o vírus Monkeypox em 7 de maio, a Organização Mundial de Saúde recebeu 257 notificações de casos confirmados distribuídos por 23 países, entre os quais Portugal que totaliza 96 casos.
Contactados pela agência Lusa sobre o número elevado de casos em Portugal e se há doentes internados, os infeciologistas Jaime Nina, do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, e Fernando Maltez, do Hospital Curry Cabral, também em Lisboa, reportaram um caso em cada um dos hospitais, mas que já tiveram alta.
Relativamente à transmissão da doença, os especialistas indicaram que, até agora, a suspeita na maioria dos casos identificados é que tenha sido por via sexual.
Jaime Nina adiantou que ainda "não está perfeitamente esclarecido e não está publicado" [em estudos científicos] o modo como a infeção se espalhou por países não endémicos, mas lembrou que já houve outros surtos importados como aconteceu em 2003 nos Estados Unidos, com 93 casos (sem nenhuma morte), a partir de um esquilo da Gâmbia que foi clandestinamente importado.
"Atualmente pode ter sido uma coisa semelhante, um animal importado da Nigéria [país de onde é oriundo o vírus detetado] infetado ou alguém que veio da Nigéria no período de incubação", apontou.
"O que está diferente - ainda não está publicado e não se sabe se serão todos casos assim -- é que, tradicionalmente, o 'Monkeypox' transmite-se por contacto direto, muito próximo, a maioria em crianças" e, em Portugal todas as infeções confirmadas são em homens.
Jaime Nina adiantou que nos casos de que teve "melhor conhecimento" o contágio foi por relação sexual, o que disse fazer sentido porque "é o contacto mais próximo".
Ressalvando que não conhece a epidemiologia dos últimos 22 casos reportados pela Direção-Geral da Saúde, Fernando Maltez afirmou, por seu turno, que, "até à data, os casos descritos eram de homens que tinham sexo com homens em que a transmissão parecia resultar da proximidade corporal, provavelmente, durante a relação sexual".
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