O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel anunciou esta quinta-feira que alguns dos ativistas da flotilha Sumud Global, presos nas últimas horas, vão ser transferidos para território israelita.
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De acordo com um comunicado da diplomacia israelita divulgados através das redes sociais, os membros da flotilha humanitária que foram presos "estão seguros e de boa saúde".
O mesmo documento indica que Israel vai iniciar os procedimentos de deportação para a Europa depois de os detidos serem transferidos para território israelita.
A nota não especifica a identidade dos primeiros detidos a serem transferidos para Israel.
Pelo menos 13 embarcações integradas na flotilha foram intercetadas pela Marinha de Israel sendo que uma foi abalroada em águas internacionais, segundo a organização da flotilha Sumud Global.
Entre os detidos encontram-se a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz portuguesa Sofia Aparício e o ativista Miguel Duarte.
Grupo italiano da flotilha diz que foram intercetados 39 navios
Um total de 39 navios da flotilha Global Sumud, que estavam a caminho de Gaza, foram intercetados pelo Exército israelita desde quarta-feira à tarde, anunciou hoje a porta-voz do grupo italiano de ativistas, Maria Elena Delia.
As restantes embarcações da flotilha, os barcos mais pequenos, continuam a navegar, mas é quase certo que serão intercetadas em breve, acrescentou a porta-voz, em declarações à agência de notícias espanhola Efe.
Delia adiantou ainda que se desconhece a localização do barco "Mikeno", que se situava a poucos quilómetros da costa de Gaza quando desapareceu o sinal de vídeo que tinha sido ativado durante a viagem.
Neste momento, 22 italianos, incluindo vários deputados, estão detidos por Israel no âmbito da operação, mas "estão todos bem", segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, António Tajani.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano, as tripulações foram levadas para o porto de Ashdod e mantidas em centros designados, onde poderão aceitar a expulsão voluntária imediata ou rejeitá-la e aguardar uma decisão judicial.
Caso a saída voluntária seja rejeitada, "os membros da flotilha terão de aguardar a decisão das autoridades judiciais sobre a sua expulsão, o que geralmente demora 48 a 72 horas", explicou a mesma fonte.
O Governo referiu ainda que o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a seguir o envolvimento de Israel na flotilha e oferecerá assistência consular aos detidos, uma vez que a embaixada de Itália em Telavive está a acompanhar de perto o caso e já preparou um programa de ajuda.
Tajani já informou a Câmara dos Deputados que 22 cidadãos italianos embarcados na flotilha "Global Sumud" foram detidos pelas autoridades israelitas quando estas começaram a intercetar os barcos que levavam ajuda humanitária a Gaza.
"De acordo com as minhas instruções, o consulado em Telavive e o consulado-geral em Jerusalém vão dar assistência a todos os italianos, tanto no porto como nos procedimentos de repatriamento", afirmou, acrescentando que os italianos detidos por Israel deverão ser repatriados daqui a alguns dias.
"Conversei repetidamente com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel [Gideon] Sa'ar, instando-o a evitar ações agressivas", disse.
"Estou aliviado por constatar que as regras de empenhamento foram respeitadas e que, até agora, não houve atos de violência ou complicações nas operações das forças israelitas", avançou, adiantando que "as primeiras partidas [da Israel] podem acontecer já na sexta-feira, especialmente daqueles que aceitarem deixar Israel voluntariamente".