Testemunhos apontam todos no mesmo sentido: o denunciante terá acedido a contas de correio eletrónico de uso profissional e, também em alguns casos, de uso pessoal.
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Na sessão desta terça-feira do julgamento de Rui Pinto estão a ser inquiridos diversos advogados que, enquanto funcionários da empresa PLMJ, terão visto as suas contas de correio eletrónico devassadas pelo arguido.
A primeira a ser ouvida foi Bárbara Correia, advogada de 47 anos que destinava também para uso pessoal a conta profissional com morada na PLMJ. "Vejo como totalmente inaceitável [a intrusão]", disse em julgamento, considerando tratar-se de uma "violação da vida pessoal" e que, por outro lado, de um ponto de vista profissional, "pôs em causa a relação de confiança que existe entre nós e os clientes". Explicou ainda que, na sequência das intrusões, "houve clientes que suspenderam serviços" com a citada empresa.
A seguir foi ouvido em julgamento o advogado Tiago Castro, funcionário da PLMJ entre 1995 e Setembro deste ano. Disse que a sua conta profissional de correio eletrónico "não tinha grande interesse para ninguém", a não ser para ele próprio "enquanto profissional", mas que, apesar disso, foi vítima de "acessos não autorizados".
Sandra Lopes, advogada de 36 anos, na PLMJ entre 2010 e 2019, contou por sua vez: "Houve clientes que ligaram muito nervosos, alarmados por não terem noção do que tinha sido acedido. Alguns ameaçaram que iam sair e alguns saíram mesmo."
Duarte Lino, advogado de 44 anos, e Maria João Mata, advogada com a mesma idade, foram também interrogados esta manhã pelas mesmas razões.