José Pinheiro: "Queremos que os praticantes se sintam bem em Vale de Cambra"
ESPECIAL VALE DE CAMBRA - Com uma aposta crescente no desporto, Autarquia foca-se em oferecer melhores condições a todos.
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O Parque da Cidade, em Vale de Cambra, foi o palco da conversa com José Pinheiro, presidente da Câmara Municipal.
Quais são as modalidades mais fortes em Vale de Cambra?
-Vale de cambra assenta, essencialmente, a sua atividade desportiva em quatro modalidades. O futebol, seja o de 11 e de 5, e que mais tarde evoluiu para futsal, é a modalidade âncora e aquela que teve sempre mais praticantes. Temos também o hóquei em patins, com uma equipa que tem oscilado entre a 1.ª e a 2.ª Divisão Nacional. O basquetebol é outro desporto praticado no nosso concelho também na vertente federada. E, por último, o atletismo, que começou, nos anos de 1960 e 1970, a ser praticada em Vale de Cambra, e chegou a ter um clube com uma importância relevante na modalidade. Hoje, tem-se afirmado até muitas vezes pela facilidade com que se pode praticar o atletismo.
O município já investiu e promete continuar a investir muito no desporto e também nos espaços dedicados ao desporto. Isso é uma das suas prioridades enquanto presidente?
-Hoje o desporto está muito na ordem do dia, seja o de competição ou de manutenção. Temos priorizado, por um lado, as parcerias com as nossas associações, que no dia a dia fazem o grande trabalho com apoios financeiros e logísticos, procurando ajudá-las a melhorar as condições dos seus espaços físicos. Temos alguns espaços que têm de ser intervencionados porque queremos que os praticantes que vêm para aqui se sintam bem e que, acima de tudo, possam praticar desporto e desfrutar deste enquadramento. Esta tem sido a nossa missão, porque acreditamos que proporcionando melhores condições para a prática desportiva, estamos também a dar um precioso contributo à área da saúde, porque pessoas mais saudáveis são pessoas menos dependentes.
Tem vindo a apostar muito no desporto escolar, considera que isso é fundamental para as crianças?
-É absolutamente fundamental. Nós começámos a nossa intervenção ao nível dos jardins de infância com programas desportivos em articulação com o agrupamento de escolas. E todas as crianças do jardim de infância têm atividade desportiva regular. Hoje, olhando muito para aquilo que é a vida dos nossos jovens, o sedentarismo a que eles estão votados, a dependência que eles têm às redes sociais, ao tablet, ao telemóvel, sabemos que se os pais incutirem nos jovens o gosto pela prática desportiva, se os levarem para o meio da Natureza isso muda. Portanto, isto é um trabalho coletivo. Quando nós apostamos nas nossas crianças estamos, de uma forma quase impercetível para eles, a começar a introduzir-lhes os hábitos da prática desportiva e a criar condições para o desenvolvimento saudável e é isso que nós objetivamente pretendemos. A escola municipal do desporto conta com atletas com idades bem distintas e está a crescer cada vez mais.
Quais é são os próximos investimentos para vir ainda a ser maior?
-Esse é um projeto muito recente e está a dar os seus passos de uma forma sustentada. Obviamente, tem de crescer com o tempo e vai também lançar-nos novos desafios de criação de infraestruturas, como foi o caso do pavilhão de Algeriz, que tivemos que requalificar e adaptar para alojar esta Escola. O alargamento e a ampliação da zona desportiva das Dairas vai contribuir também a criar condições para que este crescimento seja possível. Temos ainda em mente a requalificação de um outro pavilhão, construído há muitos anos, para que seja usado, por exemplo, para a prática de padel ou outras atividades que serão também atividades importantes para o crescimento saudável da nossa população.
Considera que o facto de ter investido tanto no desporto permitiu aos atletas atingirem um alto nível?
-Sim, este é um processo dinâmico e eu diria que os municípios não são todos iguais. Nem todos os municípios conseguem ter uma Rosa Mota, uma Fernanda Ribeiro, ou um Cristiano Ronaldo. Mas todos os municípios, diria ao seu nível, e no caso particular de Vale de Cambra, tudo aquilo que faz na formação, tudo aquilo que seja trabalhado em prol das associações, poderá dar frutos. Temos jogadores e treinadores espalhados pelo país que fizeram a sua afirmação na alta competição e todos eles tiveram a sua iniciação aqui. A evolução dos atletas, não depende só de nós, é muito em função daquilo que é a sua vontade e as suas aptidões físicas, porque nem todos podem ser atletas de alta competição.
Para terminar, quais são os próximos objetivos do Município?
-Eu começaria por me focar no principal objetivo, que é o centro de formação das Dairas, porque neste momento é um espaço curto, é um espaço que precisa de ser ampliado para permitir que mais jovens possam praticar desporto. Também estamos muito abertos a continuar a acolher eventos nacionais: no ano passado tivemos as finais do campeonato nacional do desporto escolar, o Corta-Mato Escolar e as finais do Corta-Mato Nacional de Atletismo no Parque da Cidade. Tudo aquilo que sejam desafios dinamizadores do próprio Município, que incentivem a prática desportiva, que tragam público que olhe com muita atenção para estes acontecimentos que vão surgindo aqui no nosso concelho, acho que devemos continuar a apostar neles.
PROTAGONISTAS DO CONCELHO
Pedro pinho, futebol
Pedro Pinho, de 23 anos, é natural de Vale de Cambra e é jogador de futebol. Começou a dar os seus primeiros passos no futebol no GDC Lordelo aos oito anos. Passou por vários clubes, como o Fc Porto, o Sp. Espinho, a Académica OAF e a Sanjoanense. O médio, que foi um dos destaques da Liga 3 na época passada, assinou agora contrato com o Chaves.
João Paulo Fernandes, boccia
João Paulo Fernandes nasceu em 1984 em Vale de Cambra. É um jogador de boccia português e tricampeão paraolímpico. Conquistou, em 2004, duas medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Verão, em Atenas, na Grécia. Depois, em 2008, venceu uma medalha de ouro e uma de Prata nos Jogos Paralímpicos de Pequim, China.
Rui Filipe, futebol
Natural de Vale de Cambra, Rui Filipe começou a sua carreira juvenil no Valecambrense, onde jogou entre 1981 e 1984. Posteriormente, esteve ao serviço do Gil Vicente. Chegou ao FC Porto em 1991 e foi um dos pilares meio-campo do clube azul e branco nos anos que se seguiram. Faleceu aos 26 anos, num trágico acidente de carro.