Iúri Leitão: "Em Viana do Castelo temos boas condições para praticar o ciclismo"
VIANA DO CASTELO - Iuri Leitão, Mariana Afonso e Marta Paço são rostos da aposta de sucesso no desporto.
Corpo do artigo
Ciclismo - Iúri Leitão
"Temos boas condições para praticar ciclismo"
A paixão pelo ciclismo surgiu aos seis anos. Por intermédio do pai, que também praticou a modalidade, Iúri Leitão começou a treinar nas escolinhas da equipa de Santa Marta. Hoje, com 24 anos, integra a Caja Rural - Seguros RGA, de Espanha. Recente vencedor da prova de Madison da Taça das Nações de pista, que decorreu em Milton, no Canadá, juntamente com Ivo Oliveira, e também de seguida da Volta à Grécia, Iúri não podia estar mais satisfeito com os resultados. "Conseguir estes dois feitos é excelente para mim e para a minha equipa. É o reflexo de todo o trabalho e estar numa maré de bons resultados é muito positivo", disse, orgulhoso. O ciclista desvenda gostar muito das duas vertentes que pratica. "A grande diferença entre as duas é a variabilidade das condições. Na pista, estamos numa constante. Já na estrada, as condições podem variar, pode estar mais vento ou mais calor e o piso também pode ser diferente, aí há sempre uma necessidade de nos adaptarmos". O ciclista reconheceu, ainda, que sem uma ou sem a outra não estaria 100% feliz", sentir-se-ia "incompleto". Iúri, agora focado na preparação para o Campeonato do Mundo de pista, em agosto, e para a qualificação olímpica, realçou que Viana tem as ótimas condições para a prática do ciclismo. "Sempre treinei nesta zona, temos boas condições para praticar o ciclismo. Existe uma grande variedade de estradas, há a zona costeira com mais vento, a zona da serra, ou ainda zonas mais tranquilas sem muita circulação", finaliza.
Motores - Mariana Afonso
"Não há desporto de rapazes ou raparigas"
É desde o berço que Mariana Afonso tem contacto com o mundo das motos. Com um pai apaixonado pelo desporto motorizado, rapidamente lhe ganhou o gosto. Aos oito anos, estreou-se na vertente das motos, participando em provas de Supercross. Passados dois anos, experimentou uma mota "trial", e desde então ali continuou. Hoje, com 17 anos, foi a primeira mulher a competir no escalão máximo de Campeonato Nacional de Trial e na categoria senhoras. "Estou muito orgulhosa, nunca pensei este ano vir a ser campeã, no meu segundo ano de Enduro. Tanto eu como a minha equipa, o meu pai e a minha família trabalhámos para isto", disse Mariana. Ter reconhecimento numa área por alguns considerada mais masculina nem sempre foi fácil e Mariana reconheceu que, no início, ninguém acreditava no seu potencial. "Houve momentos na escola em que as pessoas diziam que não ia chegar a nada e que isto era um desporto de rapazes, mas só me deram forças para continuar e mostrar às pessoas que não há desportos de rapazes ou de raparigas, o importante é fazer o que se gosta", acrescentou. O objetivo para o próximo ano é continuar a treinar para evoluir e ser cada vez melhor, para estar no Mundial. Um dos sonhos de Mariana é chegar à Seleção Feminina de Enduro: representar Portugal. E conta com o apoio da Câmara de Viana do Castelo, que considerou um elemento fundamental para o respetivo crescimento. "Sem a ajuda deles, nada disto seria possível, é um desporto caro, e a Câmara contribui imenso. Portanto, tudo isto também é graças a eles", finalizou.
Surf - Marta Paço
"Desde o início defini que queria fazer isto"
Foi ao aceitar um desafio, lançado por professores do Surf Clube de Viana, que Marta Paço teve o primeiro contacto com a modalidade. Cega de nascença, admite não fazer da deficiência física uma força, porque, para esta desportista, é algo completamente natural. "Como em qualquer outro atleta, há muito esforço e dedicação", salientou a jovem de 18 anos. A deficiência de Marta torna a aprendizagem dos gestos mais difícil, mas são utilizados recursos para contornar os obstáculos. "Tudo se faz através do meu treinador. Ele explica-me cada movimento. Habitualmente, o atleta vê um vídeo e depois reproduz na onda. No meu caso, têm que se encontrar outras estratégias e utilizar os outros sentidos, como a audição e o tato". Marta, que em dezembro se sagrou, pela segunda vez consecutiva, campeã mundial de surf adaptado, tem uma forte ligação à cidade e ao Surf Clube de Viana, que representa desde sempre. "A cidade tem apoiado muito o desporto e os atletas. Isso faz com que a cultura desportiva cresça. Comecei neste clube e cresci muito. Tive oportunidade de ver nascer uma equipa de parasurfing, fazer vários amigos e participar em eventos. É o meu clube desde sempre e será", concluiu.