Desporto em Lagos: do Gil Eanes ao Esperança com passagem pelo Roller
LAGOS >> Mais atletas, mais clubes e mais modalidades são apostas num concelho desde sempre ligado aos Descobrimentos
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ANDEBOL >> Gil Eanes sempre a colecionar títulos
O andebol feminino do Clube Desportivo da Escola Secundária Gil Eanes é um caso de sucesso no panorama da modalidade, não só pelo bicampeonato conquistado em 2009/10 e 2010/11 como, também, pela dedicação e passos seguros das atletas e dos dirigentes. O melhor exemplo é elucidativo: depois dos títulos nacionais chegou a crise, o clube teve de suspender as seniores e manteve apenas os escalões de formação, até que, em 2018/19, com todas as condições reunidas, voltou a atividade da equipa principal, que, duas épocas volvidas, conseguiu subir à I Divisão.
"O bicampeonato é um marco. Foram épocas de ouro, com grandes atletas e treinadores e muitas histórias", vinca Mauro Santos, o agora presidente, que já leva mais de 20 anos na coletividade. "Tenho de falar do saudoso Aleksander Donner, que ao princípio torceu o nariz e mais tarde saiu encantado com o andebol feminino". A seguir a ele foi João Florêncio a conduzir a equipa ao título, e, depois, "acabou o subsídio camarário e tivemos de suspender as seniores, porque as despesas eram muitas, mas, com muita paciência e trabalho, reativámos o escalão e é um orgulho termos voltado ao topo apenas com algarvias".
Mauro Santos enfatiza os 35 anos de história do Gil Eanes, que começou pelo desporto escolar, destacando os três títulos nacionais de 2021/22 (sub-17, sub-20 e seniores II Divisão) e as vitórias desta época na Taça do Algarve (sub-16 e seniores) e no Regional (sub-14). "Garantimos a permanência na I Divisão, o que foi muito difícil, face à redução de 12 para 10 equipas, e vamos manter a aposta num grupo formado por algarvias", onde as internacionais Matilde Rosa - no Gil "desde bebé" - e Carmen Figueiredo, às quais se junta agora a regressada Soraia Lopes, são as referências. "Temos cerca de 130 atletas e todos os escalões, alguns deles com mais de uma equipa".
FUTEBOL >>Centenário Esperança nunca desiste
"O Esperança é o mais representativo clube de Lagos e um dos maiores do Algarve", garante o presidente António José Alves, aludindo aos 110 anos do emblema e a toda uma história só ao alcance dos que resistem à erosão dos tempos e às vicissitudes da sociedade. "Fomos um dos fundadores da Associação de Futebol - só sete é que ainda resistem - e temos disputado os Campeonatos Nacionais. Infelizmente, esta época descemos, em 14 equipas baixaram seis, e bastava trocar um empate por uma vitória para garantir a permanência, mas agora é levantar a cabeça e tentar subir de imediato".
O futebol é o principal cartão de visita do Esperança e o presidente orgulha-se da formação e dos 400 atletas que praticamente todos os anos entram em competição. "Temos todos os escalões e todas as equipas, algumas delas "bês". Quando o futebol era das poucas distrações que havia, toda a gente acompanhava o clube, que foi crescendo com a cidade", prossegue o homem que há 15 anos lidera os lacobrigenses.
O futsal, masculino e feminino, é uma aposta em crescendo, com António José Alves a enfatizar "a dedicação, compromisso e colaboração das raparigas", que, neste aspeto, superam a atitude dos homens. A criação de uma equipa feminina de futebol de 11 é o próximo passo, a par do relançamento do atletismo.
"A Câmara tem feito um excelente trabalho connosco. Estão previstos mais um campo relvado, a cobertura da bancada, mais e melhores instalações e, se calhar, até um pavilhão", regozija-se o dirigente, lamentando apenas que não haja um "apoio mais direcionado para o futebol sénior, que fica muito caro", através, por exemplo, de parcerias com privados. "Gostava de ter uma sede digna do historial do clube, o que mais tarde ou mais cedo vai acontecer. E de ter sempre mais jovens na formação para depois integrarem as equipas seniores".
PATINAGEM >> Roller a construir um legado de campeões
"é um legado deixado por atletas de craveira, ao que se junta a muita força dos atletas e a perseverança dos treinadores, dirigentes e pais". O Roller, prossegue, "é um clube que se faz de pessoas com grande gosto pela modalidade, e nós tivemos a sorte e o engenho desse legado ter transitado para os mais jovens".
O nome de Diogo Marreiros, o melhor patinador de sempre da patinagem de velocidade, tem de vir logo à baila. "É a cara do clube. Ganhou quatro medalhas de ouro no último Europeu, é um atleta e pessoa de excelência, é da cidade e do Roller. Como no nosso país não se pode viver só disto, ele seguiu a sua vida, mas dá uma ajuda sempre que preciso e é um exemplo permanente".
Os treinadores Nelson Albino e Márcia Batista juntam-se à conversa e reconhecem a adaptação contínua a novas formas de treino, novos materiais, patins e pistas. A propósito, a pista onde decorre a reportagem, na Escola Júlio Dantas, foi a primeira do género a nível nacional, também fruto do apoio da Autarquia. "Com bom equipamento, os atletas moralizam-se, crescem e almejam chegar sempre mais longe. Este Patinódromo é uma mais-valia e faz aumentar o gosto pela patinagem de velocidade. Este ano conquistámos 36 medalhas, 12 das quais de ouro".
Além da velocidade, a disciplina que dá maior visibilidade e títulos, o Roller tem patinagem artística, hóquei em patins e agora skate. O rollerski está na calha e a velocidade no gelo figura no enquadramento do clube, que movimenta cerca de uma centena de atletas e organiza o prestigiado torneio Terras do Infante. "Temos um apoio brutal dos pais, sem eles não íamos a lado nenhum", conclui Paulino.
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