"Jogadora veloz, vertical e com o objetivo de ajudar a equipa", foi desta forma que a extremo do Torreense se descreveu. Superada mais uma lesão, Júlia Mateus deu conta de uma época "desafiante"
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Na primeira temporada no Torreense, Júlia Mateus mostrou-se satisfeita pela mudança. No futuro, ambiciona "jogar no estrangeiro" e ser chamada à "Seleção A".
De Amora até Torres Vedras, como está a ser a temporada?
-A nível pessoal está a ser desafiante devido à lesão que tive recentemente, mas sinto-me com muita ambição para chegar ao meu melhor nível e crescer com esta equipa. A nível coletivo está a ser uma época bastante interessante. Estamos a crescer e, passo a passo, vamos chegar onde pretendemos.
A equipa atingiu a fase de apuramento de campeão e até começou com uma vitória. O que se pode esperar do Torreense?
- Podem esperar uma equipa que vai lutar para ganhar todos os jogos.
Visto de dentro, como caracteriza o plantel?
- Somos um grupo muito trabalhador e dedicado, tanto nos treinos como nos jogos. Uma característica muito representativa desta equipa é ser unida. Ao longo do meu processo de recuperação foram uma ajuda fundamental e estou muito orgulhosa por fazer parte deste grupo incrível.
Individualmente, como é a Júlia Mateus?
- Uma jogadora veloz, vertical e com o objetivo primordial de ajudar a equipa com assistências ou golos.
Como disse anteriormente, houve uma lesão recente. Foi um processo muito delicado?
- Lesionei-me num lance em que tentei cortar a bola dentro da minha grande área e, no choque com uma adversária, coloquei mal o pé de apoio e magoei-me. Foi um processo muito duro, porque já tinha conhecimento do que teria de fazer para ter uma boa recuperação devido a uma lesão idêntica sofrida em 2018. Tive sempre um apoio familiar muito forte, que me ajudou a conseguir passar por esta fase, e só tenho a agradecer a cada uma dessas pessoas. O regresso foi um processo muito cauteloso, mas muito esperado.
Quando surgiu esta paixão pelo futebol?
- Surgiu através dos meus irmãos, quando íamos jogar aos fins de semana num campo ao lado de nossa casa com os nossos amigos.
Antes de vestir a camisola do Torreense, passou por outros emblemas. Algum deles a marcou?
- Diria que a equipa que mais me marcou até aos dias de hoje foi o Clube Albergaria, sinto que lá cresci muito como jogadora. Apesar de ter só sido uma época, devido ao aparecimento da covid-19, levei muitos aspetos positivos. A nível mais pessoal foi bastante marcante, porque marquei o meu primeiro golo na Liga BPI pelo Clube Albergaria.
Pelo meio também surgiu a chamada às camadas jovens da Seleção Nacional. Qual foi a sensação?
- É uma sensação incrível chegar a esse patamar e defender as cores do nosso país. É um orgulho imenso.
Para o futuro que metas tem definidas?
- Ambiciono um dia jogar no estrangeiro e ser internacional A por Portugal.
Para terminar, concorda que o futebol feminino em Portugal tem crescido nos últimos anos?
- As equipas têm um papel fundamental no crescimento do futebol feminino em Portugal. A competitividade tem vindo a crescer gradualmente e até vemos isso pela quantidade de jogadoras estrangeiras que escolhem vir para o campeonato português.
No trajeto desportivo, Júlia Mateus passou por oito clubes: Escola Desportiva Mais Salesianos, Marítimo, GD Apel, Cadima, Lusitano Vildemoinhos, Albergaria, Amora e Torreense.
"A minha irmã como uma referência"
O futebol é uma paixão antiga, mas, mais do que isso é uma paixão partilhada pela família, sobretudo pela irmã Tânia Mateus (na foto), avançado do Marítimo. Dentro de campo são adversárias, mas, fora dele, a ligação de sangue fala mais alto. "Só existe rivalidade dentro de campo por jogarmos em equipas diferentes, porque não a consigo ver dessa forma, é a minha maior companheira", explicou a extremo, frisando que a irmã é a "maior referência". "Gosto muito das nossas jogadoras, mas acho que cheguei a uma fase da minha vida em que vejo, e na realidade sempre vi, a minha irmã como uma referência", contou.