"Vamos ter de fazer uma adaptação fisiológica, com o jet lag e o fuso horário"
Declarações, em conferência de Imprensa, de Francisco Neto, selecionador nacional de futebol feminino, antes da partida para a Nova Zelândia, onde, no dia 22, a equipa das Quinas disputa a final do play-off de acesso ao Campeonato do Mundo deste ano, frente a Tailândia ou Camarões.
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O ponto de situação da Seleção Nacional: "Sinto um orgulho imenso por estarmos neste ponto. Nós dissemos sempre, no início de todos os apuramentos, que o nosso grande objetivo era dependermos só de nós e chegar às fases decisivas a dependermos só de nós. Por mérito próprio, conseguimos fazê-lo. Neste momento, levamos 12 jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo, falta-nos um. Vamos procurar fazer aquilo que nunca foi feito, tentar afirmarmo-nos, mais uma vez, no panorama internacional e conseguir o acesso a uma grande fase onde nunca estivemos, representando muito aquilo que é esta geração, mas também aquelas que aí estão. Queremos criar impacto e referências para as próximas, é esse o nosso grande objetivo."
Preparação para a final do play-off: "Nos primeiros dias, vamos ter de fazer uma adaptação fisiológica, com o jet lag e o fuso horário. Até ao jogo com a Nova Zelândia [de cariz particular, no dia 17], vamos estar muito focados na nossa ideia, na nossa forma de jogar, naquilo que temos de implementar. Depois, do dia 18 para a frente, quando já soubermos quem é o nosso adversário, vamos olhar para o lado estratégico em função de quem tenhamos pela frente. No entanto, como é lógico, enquanto equipa técnica, já temos a análise das duas seleções preparada."
Sobre as ausências nesta fase inicial: "Nós não teremos todas as jogadoras a viajar connosco. Iremos viajar com 20 jogadoras. Há cinco atletas que atuam no estrangeiro e, fruto dos campeonatos onde estão inseridas, não tiveram dispensa antecipada. Ao longo da próxima semana, irão encontrar-se com a equipa, de forma faseada, já na Nova Zelândia. Não chegarão todas ao mesmo tempo e farão esse processo de adaptação quando chegarem. Iremos ter esse cuidado com elas."
Jogos pelos clubes: "Para nós, é sempre importante que as jogadoras disputem jogos altamente competitivos, que tenham uma densidade competitiva que lhes permita não terem lesões. O lado emocional também é muito importante de se preparar. Quantos mais jogos de grande carga emocional elas fizerem pelos clubes, mais bem preparadas estarão para a Seleção Nacional. Não havendo lesões, é perfeito."
Camarões ou Tailândia: "Independentemente do adversário, todas as equipas vão-nos trazer problemas. A partir do dia 18, vamos mostrar às jogadoras quais são os problemas que aquela ideia de jogo nos poderá colocar e, em função disso, como é que nós, enquanto equipa e dentro da nossa identidade, podemos contrariar. Os Camarões irão dar-nos um lado mais físico, um lado mais individual de jogo. A Tailândia vai-nos dar problemas de muito coletivo, muita entreajuda, um jogo muito mais de proximidade. Temos de estar preparados para os dois cenários. Acima de tudo, vamos procurar dominar o jogo com aquilo que de melhor temos vindo a fazer ao longo destes anos."
Favoritismo de Portugal: "Eu não acho que haja favoritos. Relembro aquilo que se passou no play-off europeu: nós não éramos a equipa mais cotada no ranking e conseguimos o apuramento. Também não nos podemos esquecer do lado emocional. A equipa que passar nas meias-finais vai chegar com cultura de vitória e vai entrar na final a achar, com todo o direito, que está a um jogo do Mundial. Estamos a falar de duas equipas que já estiveram, por duas vezes, em fases finais. Por isso, nós temos de ter muito cuidado, muito respeito e olhar o jogo com muita seriedade, sem achar que somos melhores. Acreditamos muito em nós e naquilo que temos vindo a fazer. É impossível recriar este momento que estamos a viver, mas temos exposto as jogadoras a jogos altamente competitivos e, claro, elas estão mais preparadas do que estavam no passado."
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