O desejo da médio de 18 anos, Clara Nóbrega, é afirmar-se na equipa principal e fazer história ao serviço do Torreense.
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A cumprir a segunda época ao serviço do Torreense, Clara Nóbrega, médio de apenas 18 anos, deixou tudo para trás e embarcou numa aventura que lhe mudou a vida. A jovem, natural da ilha da Madeira, integra o plantel sénior do Torreense, clube pelo qual já marcou três golos, e joga também nas sub-19, sendo figura de destaque. Iniciou a carreira no 1.º Maio Funchal, seguiu-se o APEL - onde jogou futebol e futsal, em simultâneo - e atualmente dá nas vistas pela maturidade no relvado e uma inteligência acima da média. A longo prazo há alguns sonhos e objetivos, sendo o maior deles tornar-se profissional.
Com 16 anos, deixou a família e os amigos e abraçou o projeto do Torreense, muito longe da sua casa. Como foi essa mudança?
-Na Madeira, a competição não é nada comparável com a de Portugal continental. Eu tinha uma certeza: se queria evoluir, sabia que teria de vir para cá. Existem muito mais oportunidades para uma jovem se mostrar no mundo do futebol feminino. Surgiu a oportunidade de vir para o Torreense e não podia deixar escapar. Segui o meu sonho, e quem corre por gosto não cansa...
Como foi a adaptação a essa nova realidade?
-A adaptação foi mesmo muito boa. O Torreense sempre me ajudou muito e as minhas colegas de equipa foram uma parte essencial na adaptação. Estavam sempre muito preocupadas comigo e reparava que tinham um carinho especial por mim.
A jovem deixou a ilha da Madeira de modo a perseguir o sonho de ser jogadora profissional de futebol. As saudades da família apertam, mas quem "corre por gosto não cansa", garante.
O que lhe custou mais?
-As saudades de casa e da minha família é o mais complicado. Claro que, com os estudos e os treinos, também estou mais distraída, e isso facilita as coisas.
E a verdade é que chegou, viu e triunfou. Na presente temporada, soma 25 golos, sendo que três deles foram apontados ao serviço da equipa sénior...
-Esta época está a ser muito diferente de todas as outras. Tem sido especial para mim, pois pertenço ao plantel sénior e ao plantel sub-19. E está a correr muito bem nos dois escalões, tanto a nível coletivo como individual.
Sente que está no clube certo para evoluir e marcar uma posição no futebol português?
-Sem dúvida. Este clube tem um significado especial para mim e estou no clube certo, principalmente na forma como apostam e acreditam no meu potencial.
Falando do seu percurso, como surgiu esta paixão pela bola?
-Gostava de ver as minhas primas a treinar e, depois disso, recordo-me de pedir à minha mãe para começar a jogar. Sempre gostei de jogar futebol e elas influenciaram-me bastante. Tinha cerca de quatro anos nessa altura.
Além de jogar, também está a terminar o curso de Desporto. É difícil conciliar as duas coisas?
-É um bocado complicado, porque saio da escola e vou logo para os treinos. Principalmente este ano, que estou a estudar e a treinar num nível "profissional, e é muito difícil conciliar as duas coisas.
E num futuro próximo, quais são as maiores ambições que alimenta?
-Quero ser jogadora profissional de futebol. Ambiciono crescer e evoluir cada vez mais, de modo a estar pronta para dar o salto e fazer história pelo Torreense. Também tenciono acabar os meus estudos para estar preparada para uma vida além do futebol.
É a segunda temporada consecutiva em que disputa a Liga BPI. Sente que o futebol feminino português tem evoluído?
-Hoje em dia, temos recursos que há 10 anos eram impensáveis. E basta olhar para a nossa Seleção...