"Referência defensiva? Não encaro como pressão, mas como oportunidade"

Ana Assucena está a afirmar-se no Rio Ave, que esta época voltou à elite. Em entrevista a O JOGO, destaca a força do grupo. A defesa de 21 anos deixou o Racing Power para abraçar o projeto do Rio Ave, que a tem surpreendido. A jovem internacional portuguesa fala sobre o seu papel na equipa e a força de um coletivo sólido.
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Aos 21 anos, Ana Assucena tornou-se peça central no Rio Ave, de João Marques, clube que regressou esta época à Liga BPI e que tem tentado ganhar o seu espaço. Chegada do Racing Power, a internacional jovem portuguesa tem sido titular em praticamente todos os jogos. A apenas alguns dias do duelo da Taça de Portugal frente ao Esposende, a defesa fala a O JOGO sobre a adaptação ao novo clube, o crescimento pessoal e a ambição de um grupo que quer continuar a desafiar os prognósticos.
Veio do Racing Power para um projeto que está a dar os primeiros passos na elite. O que a fez acreditar que o Rio Ave era o clube certo?
-Já trazia experiência na Liga BPI e queria continuar a competir ao mais alto nível. O Rio Ave apresentou-me um projeto muito ambicioso, com ideias claras, e senti essa convicção desde o primeiro instante. Isso motivou-me imenso.
O que mais a tem surpreendido no clube?
-Tudo. A estrutura é extremamente profissional e oferece excelentes condições às atletas. Isso facilita o nosso trabalho diário, permite-nos evoluir e ajuda-nos a apresentar-nos na melhor forma.
A Ana tem sido titular na maioria dos jogos. Sente que esta época pode ser um ponto de viragem?
-Sinto-me muito bem e dou sempre o meu máximo. Continuo a trabalhar diariamente e tudo o que vier será resultado desse esforço.
Como tem sido a adaptação, até porque já tinha trabalhado com o míster João Marques?
-Tem sido muito positiva. Já conhecia bem as ideias do míster João e isso tornou o processo mais fácil. Ele sabe exatamente o que quer da equipa e sinto que tenho aprendido bastante. Estou a evoluir todos os dias.
É jovem, mas já é uma referência defensiva. Como lida com essa responsabilidade?
-Não a encaro como pressão, mas como uma oportunidade de crescer. Tento sempre ver o lado positivo da responsabilidade.
Há algum aspeto do seu jogo onde sinta que deu um salto evidente?
-Sou uma jogadora intensa e com muita garra. Sinto que evoluí sobretudo na recuperação de bola, mas quero continuar a melhorar em todos os aspetos. Sou muito exigente comigo própria.
O Rio Ave ocupa o sétimo lugar na Liga BPI e tem sido competitivo. O que diz a tabela classificativa sobre o grupo?
-Diz que somos um grupo trabalhador, competitivo e muito unido, com um forte sentido de responsabilidade. Essa identidade reflete-se no que mostramos dentro de campo.
Só com uma vitória, sentem ansiedade por transformar essa competitividade em triunfos ou estão imunes a essa pressão?
-Somos muito unidas e confiamos plenamente no nosso processo. Acreditamos que as vitórias vão surgir naturalmente e mantemos o foco no trabalho diário. É isso que nos guia.
O Rio Ave é a segunda equipa com menos golos marcados. O que falta para dar um salto no capítulo ofensivo?
-Podemos olhar para isto de outra forma: criamos muitas oportunidades, e isso já é um ponto muito positivo. A equipa está a trabalhar bem e acredito que os golos vão aparecer com naturalidade.
Havia quem colocasse o Rio Ave apenas como candidato à permanência. Sente que a equipa é subvalorizada?
-Estamos totalmente focadas em nós e sabemos o que temos de fazer. Somos muito competitivas e trabalhamos sempre no máximo, independentemente do que é dito de fora.
Quais são os objetivos para esta época?
-Pensamos jogo a jogo. Entramos em todas as partidas com o objetivo de vencer.
O próximo jogo é para a Taça de Portugal, frente ao Esposende, do quarto escalão. O que esperam desse encontro?
-Encaramos todos os jogos com a mesma seriedade. O nosso objetivo é claro: passarmos à próxima fase da prova rainha.
Adeptos têm sido fundamentaisa dar confiança e energia extra
Um dos grandes trunfos do Rio Ave tem sido o apoio incondicional dos adeptos, algo que Ana Assucena considera uma ligação especial que fortalece o grupo, criando um ambiente em que a equipa sente que não joga sozinha e que, mesmo nos momentos mais difíceis, pode contar com o apoio de quem acredita no projeto. "Tem sido mesmo muito bom. O apoio dos adeptos é fundamental, os vila-condenses têm estado sempre muito próximos da nossa equipa. Isso nota-se sobretudo nos jogos mais exigentes. São uma fonte de confiança e de energia extra que pode fazer a diferença nos momentos decisivos, tanto dos jogos como da temporada", admite a jovem defesa.
