Olga Carmona e a morte do pai: "Lá de cima, ele deu-me aquele empurrão para que a bola entrasse"
A lateral-esquerdo do Real Madrid foi a heroína da Espanha no Mundial de futebol feminino deste ano, ao marcar o golo do triunfo na final.
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No dia 20 de agosto, em Sydney, na Austrália, a Espanha fez história, ao vencer o Campeonato do Mundo de futebol feminino pela primeira vez. Olga Carmona foi a heroína da “La Roja”, ao marcar, na final, o golo do triunfo sobre a campeã europeia Inglaterra (1-0). No entanto, horas depois da conquista inédita, a capitã da seleção espanhola soube da morte do pai, que havia perdido a vida antes do duelo decisivo. Agora, numa longa entrevista concedida ao jornal espanhol “Marca”, a jogadora, de 23 anos, confessou que ficou em choque, explicando o misto de emoções que viveu na altura.
“Descobri quando estávamos no aeroporto, a passar na zona de controlo dos passaportes. A minha mãe, que estava com o Jorge Vilda [antigo selecionador] e o Luis Rubiales [ex-presidente da RFEF – Real Federação Espanhola de Futebol], telefonou-me e deu-me a notícia. Como podem imaginar, foi um momento muito desagradável. Estávamos todas a festejar o que tínhamos conseguido e foi um choque para toda a gente. A viagem foi dura, deu-me muito tempo para pensar. Tentei desfrutar de um momento único e estar com as minhas companheiras de equipa. Achei que me ia sentir melhor. Pensei que ficando em casa e perdendo a celebração em Madrid Río ia dar mais voltas à cabeça. Assim, priorizei manter a cabeça ocupada e acompanhar a equipa nessa celebração. Foi uma mistura de sentimentos muito estranha, não consigo explicar por palavras. Tenho a certeza de que ele [pai], lá de cima, me ajudou muito. O que aconteceu naquele dia não foi normal e tenho a certeza de que ele me deu aquele empurrão para que a bola entrasse”, contou a lateral-esquerdo do Real Madrid.
Recorde-se que, antes do golo da final, Olga Carmona já tinha apontado, nas meias-finais, frente à Suécia, o tento que apurou a Espanha para o derradeiro encontro do certame intercontinental (vitória por 2-1 diante da turma nórdica).