Monique Gonçalves, Internacional portuguesa que passou pelos Estados Unidos, Islândia e Suécia, é peça fulcral no Ouriense
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Nascida nos Estados Unidos, Monique Gonçalves, defesa de 28 anos, deu nas vistas nos campeonatos universitários americanos e, em 2018, chegou a Ourém atrás do sonho. A lusodescendente integrou a equipa feminina do Ouriense e foi chamada à Seleção Nacional portuguesa, o que a deixou "realizada". Aventurou-se pela Islândia e pela Suécia, mas Portugal sempre chamou pela atleta. Em 2020, retornou e passou ainda por Torreense e Condeixa, antes de se mudar, esta temporada, para o clube de Ourém, que tão bem a conhece.
A Monique nasceu nos Estados Unidos e deu nas vistas nos campeonatos universitários e jovens do país. A paixão pelo futebol surgiu naturalmente?
-Comecei a jogar futebol com seis anos. Sinceramente, não sei como tudo começou, mas os meus pais dizem que tinha sempre uma bola comigo.
Em 2018, deixou os Estados Unidos e embarcou numa aventura na Islândia. Foi aí que decidiu perseguir o sonho de ser jogadora de futebol profissional?
-Sim, mas tive alguma dificuldade para me adaptar à Islândia, pois faz muito frio. Todavia, o nível também não era muito forte e eu precisava de mais. É um país muito bonito e quero lá voltar.
Ambicionava mais e, nessa mesma época, mudou-se para Portugal para vestir a camisola do Ouriense...
-Sim, e foi aí que fui chamada para a Seleção principal. Foram grandes tempos.
Concretizou um sonho?
-Ser chamada à Seleção portuguesa foi o meu melhor momento. Tive a oportunidade ser titular contra o País de Gales e também defrontei os Estados Unidos.
A defesa nasceu nos Estados Unidos e foi lá que se deu a conhecer como jogadora. É licenciada em Educação Social, inspira-se em Megan Rapinoe e o maior sonho já foi realizado: representar Portugal.
Esse jogo com a seleção norte-americana foi especial para si. ..
-Muito. A minha família até me fez uma surpresa. Vieram todos dos Estados Unidos só para me apoiarem.
Entretanto, essa época em Ourém correu de feição e a Monique deu o salto para o Sunnana, da Suécia. Como foi a experiência?
-Tive dificuldades para me adaptar à cultura. Lá, as pessoas gostam de estar sozinhas e eu não estava habituada a isso. Gosto muito de conviver, e lá não existia esse convívio e esse companheirismo. O estilo de jogo era muito físico e não me favorecia muito.
Depois de uma temporada na Suécia, regressou a Portugal pela porta do Torreense e, mais tarde, mudou-se para o Condeixa. Por quê?
-O futebol português é mais técnico e isso favorece a minha forma de jogar. Sou uma jogadora rápida, boa tecnicamente e também consigo ler bem o jogo.
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Esta época regressou a um clube que tão bem conhece, o Ouriense, e é uma das jogadoras mais preponderantes do grupo. Que análise faz à temporada até agora?
-Sim, voltei ao clube onde fui feliz. Nós passámos por muito está época. Trocámos de treinador, perdemos basicamente a nossa equipa técnica inteira, ficou só o míster César, e perdemos muitas jogadoras. Gosto que a nossa equipa seja unida e acho que é isso que está a ajudar-nos a trilhar um bom caminho. Quero ajudar o clube a realizar os objetivos.
Como observa o crescimento do futebol feminino português?
-Joguei na Liga BPI em 2018/2019 e voltei em 2020. Vejo uma grande diferença ao longo dos anos e são todos pontos positivos! Está a evoluir imenso e não só nos clubes grandes. Acho que, a cada época que passa, temos mais adeptos e mais pessoas que querem envolver-se no futebol feminino. Neste momento há muito mediatismo e mais patrocinadores, o que ajuda a evoluir os clubes e as jogadoras.
E qual é o próximo passo na carreira da Monique?
-Já cumpri um grande sonho, que era ser chamada à Seleção principal. Neste momento, penso a curto prazo. Quero melhorar e ajudar a minha equipa ao máximo. Nós somos um grupo muito especial e sei que vamos realizar coisas bonitas. O meu pensamento está em melhorar os meus pontos menos bons. Ainda tenho muito para dar!
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