
Madalena Gala volta a reencontrar Miguel Santos que aqui cumprimenta
Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens
Emblema lisboeta defronta o Braga este sábado no arranque da nova competição e a O JOGO, a treinadora do Futebol Benfica diz que não espera um rival desmotivado pelos últimos resultados
Quarto classificado no final da primeira volta do campeonato nacional feminino, o Futebol Benfica ganhou direito a marcar presença na Taça da Liga, competição que arranca esta época pela primeira vez. O primeiro jogo de uma prova que conta ainda com Benfica, Sporting e Braga está agendado para as 13h15 deste sábado e opõe a formação lisboeta ao campeão nacional, que se desloca ao Estádio Francisco Lázaro. A formação liderada por Miguel Santos vem de duas derrotas para a liga com Benfica e Sporting, que deixaram as contas do título muitíssimo complicadas, mas Madalena Gala, treinadora do Fofó não se deixa levar pelo mau momento bracarense.
"A ideia que já passei às minhas jogadoras foi de que não vamos apanhar um Braga desmotivado, porque uma equipa profissional nunca pode estar desmotivada. É o trabalho delas e vão dar tudo na Taça da Liga e de Portugal para mostrar o que são. Não acredito num Braga cabisbaixo nem com orgulho ferido, mas a querer marcar posição. Será um Braga muito forte que se vai levantar. Às vezes, é preciso perder para valorizar as vitórias, mas claro que espero que não se levantem contra nós [risos]. Vamos jogar estrategicamente", afirma Madalena Gala a O JOGO.
Desde que assumiu o comando técnico do Fofó que as equipas profissionais têm sentido dificuldades em casa das lisboetas. Esta época, o Benfica sofreu para vencer por 2-1 e em 2018/19, Sporting e Braga triunfaram pela diferença mínima. Também por isso, Madalena Gala não vê o Fofó como outsider. "O objetivo da primeira volta era terminar no top 4. Queremos dar visibilidade ao Fofó. Queremos ser as representantes de grandes clubes que podiam estar na nossa posição, porque o quarto lugar está a ser muito disputado", diz a jovem treinadora, recusando pensar que o formato da Taça da Liga prejudica a única equipa amadora. "Se achasse isso, não teria o objetivo de acabar em quarto para estar na primeira edição da Taça. É uma prova que traz competitividade e desejo que estes jogos chamem adeptos, porque somos participam as quatro melhores equipas do campeonato", refere.
Tal como o Braga, o Fofó tem revelado irregularidade de resultados nos últimos jogos e foi derrotado nas duas derradeiras jornadas. No entender de Madalena Gala, a justificação para as oscilações é simples. "Temos um plantel curto e isso é difícil de gerir. Às vezes quando se pede uma folga para o dia de jogo tem de ser com um mês de antecedência e nem assim chega para irem a jogo. Depois, houve algumas lesões. Contamos com todas as jogadoras, mas também temos uma equipa B com poucas atletas e algumas jogadoras da A têm de jogar na B. Estamos numa fase complicada, mas daqui a alguns anos, a equipa B vai dar muitos frutos e será a nossa base da equipa A", argumenta, assumindo com sinceridade, que a baliza, onde já utilizou quatro atletas, é um posto carenciado.
"Sabemos que um erro da guarda-redes dá golo e de uma jogadora de campo pode não dar. É uma posição ingrata", sublinha Madalena, que abre o jogo, com frontalidade. "A Kátia Casillas, titular no ano passado, lesionou-se e arrisca ser operada ao ombro. A Sónia foi operado ao ombro no verão, está a regressar e no último jogo sofreu golos por clara falta de ritmo e de leitura de jogo. Contratámos a Aline, que vai ser uma grande guarda-redes daqui a uns anos, sem dúvida. Com a lesão da Kátia, foi atirada aos lobos. É uma miúda sem formação como guarda-redes que tinha tido apenas um ano em que conciliava essa posição com a de ponta de lança. Não se fazem milagres, porque é preciso tempo, mas já evoluiu. E temos a Margarida, que é a quarta guarda-redes e tem alternado entre equipa A e B", explica, com detalhe. "Temos conversado entre a equipa técnica e é uma posição em que há um défice muito grande no futebol feminino em geral", revela.
