Selecionador feminino de Espanha convocou 23 jogadoras sem as 15 dissidentes, duas capitãs e ainda a lesionada e como tal baixa forçada, Alexia Putellas. Garante que não se demite.
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Depois do escândalo que nos últimos dias abalou a seleção feminina de Espanha, o selecionador Jorge Vilda, no centro da polémica, divulgou esta sexta-feira a lista de 23 convocadas para os próximos dois amigáveis, contra Suécia e Estados Unidos, a 7 e 11 de outubro. De fora ficaram as 15 jogadoras que pediram dispensa, mais as capitãs Irene Paredes e Jenni Hermoso, que no passado o tinham contestado, e ainda, mas por lesão, Alexia Putellas.
Há seis jogadoras na lista de convocadas que se podem estrear pela Espanha. Há 9 jogadoras do Real Madrid, o clube mais representado.
Na conferência, Vilda disse estar profundamente magoado, a sentir-se injustiçado e julgado na praça pública de forma incorreta, e garantiu que não se vai demitir.
"O primeiro que quero transmitir é que falta de clareza na mensagem das jogadoras... podem ter passado dúvidas a que algo extradesportivo esteja a acontecer no meio disto tudo. Lançou-se a pedra e escondeu-se a mão. É preciso ser corajosos e por isso estou aqui. Não desejo a ninguém aquilo pelo que estou a passar estes dias. Em nenhum momento pensei na demissão. Pela injustiça e por tudo o que fizemos no passado. Pela energia e pela força que tenho para continuar. O que tínhamos dava boas sensações e tínhamos deixado a pele, sei que o poderemos conseguir de novo", começou por afirmar o técnico, muito contestado pelas jogadoras, sempre de forma indireta no seu comunicado, uma situação apontada pelo técnico logo a abrir.
"Pedi respeito para as futebolistas que não enviaram a carta. Que não haja pressões para que não venham ou para que que pareça que não estão a fazer o correto. Não vou revelar nenhuma conversa privada. Tanto a federação como eu estamos sempre abertos ao diálogo. Sabem que estamos abertos. Eu próprio abri o canal para falar com elas e para resolver as coisas. Falámos com muitas jogadoras, sou um homem dialogante. Acho que sei ouvir e assumir erros. Levo 21 anos a dedicar-me a isto, cresci numa família que se dedicou ao futebol. Se merecemos isto? Acho que não", prosseguiu, mostrando-se aberto a diálogo e esclarecimentos em prol de uma solução.
O seu estado de espírito veio a seguir: "Estou profundamente magoado porque é uma situação injusta. Ninguém merece: nem o futebol espanhol, por tudo o que nos custou, e que por alguns interesses se tenha montado toda esta confusão. Não é bom para ninguém e acho que fizemos o ridículo a nível mundial. A campanha de desprestígio vem depois. O que mais me dói é o que tínhamos e o dano que se está a fazer ao futebol feminino. A Solução? É esta lista e olhar em frente. Tenho de convocar jogadoras que estejam a 100 por cento com esta seleção e que sintam que é um privilégio vir cá. Que estejam convencidas do que trabalho que fazemos aqui. A federação não mostra mails e emite um comunicado a dizer que recebeu essa comunicação. Não diz que jogadoras são. A federação tem de emitir esse comunicado porque são necessárias para a nossa seleção. A federação utiliza frases para que as pessoas tratem o que está a acontecer. Não vou dizer se falei ou não com elas. O meu telefone está ligado 24 horas. Qualquer jogadora que precisar algo de mim, vou continuar a ajudar."
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